- World Liberty Financial enfrenta suspeitas sobre trocas de tokens cripto.
- Conflito de interesse com Trump e Justin Sun é questionado.
- WLF nega vendas ativas, alega gestão de tesouraria.
O World Liberty Financial (WLF), plataforma de criptomoedas com apoio do ex-presidente Donald Trump, está enfrentando uma onda de críticas e questionamentos após relatos sugerirem a existência de acordos de troca de tokens com condições que favorecem investidores estratégicos. As informações apontam que a organização teria oferecido propostas que envolvem a compra de pelo menos US$ 10 milhões em tokens WLFI por projetos de blockchain. Em contrapartida, o WLF se comprometeria a adquirir o mesmo valor em tokens nativos desses projetos, além de cobrar uma taxa adicional de 10% sobre a transação.
We’re making routine movements of our crypto holdings as part of regular treasury management, and payment of fees and expenses and to address working capital requirements. To be clear, we are not selling tokens—we are simply reallocating assets for ordinary business purposes.…
— WLFI (@worldlibertyfi) February 3, 2025
Fontes indicam que aportes superiores a US$ 15 milhões poderiam garantir aos investidores um tratamento diferenciado, classificado como “prioritário” dentro da organização. O WLF, por sua vez, defende que tais movimentações fazem parte da gestão regular do seu tesouro, negando qualquer tipo de venda ativa de tokens. “Estamos apenas realocando ativos para atender necessidades operacionais e otimizar a gestão do nosso tesouro”, declarou um porta-voz da empresa, reforçando que essas práticas são comuns na administração de recursos financeiros.
O token WLFI, avaliado em US$ 1,5 bilhão em valor totalmente diluído, tem seu lançamento programado para o terceiro trimestre de 2025. Uma das condições impostas pelo WLF é que esses tokens estejam livres de qualquer período de bloqueio, o que aumenta sua atratividade para investidores em busca de liquidez imediata.
O cenário se torna ainda mais complexo devido aos vínculos do WLF com figuras influentes no ecossistema cripto. O maior investidor da plataforma é Justin Sun, fundador da TRON, com o WLF realizando investimentos significativos em projetos associados a ele, incluindo o Wrapped Bitcoin (WBTC) e a própria TRON. Essa relação próxima levanta preocupações sobre potenciais conflitos de interesse, especialmente considerando o histórico de Sun no mercado de criptomoedas.
Além disso, a conexão direta com a família Trump adiciona outra camada de controvérsia. Estima-se que 60% da participação acionária do WLF e 75% da receita gerada com taxas da venda de WLFI estejam vinculadas a uma LLC associada à família Trump. Esses dados alimentam suspeitas de que o projeto possa estar sendo usado para fins que vão além do desenvolvimento de soluções financeiras descentralizadas.
Atualmente, o WLF possui uma tesouraria avaliada em aproximadamente US$ 364 milhões, com a maior parte dos recursos alocada em Ethereum (ETH), Wrapped Bitcoin (WBTC) e USDC. Apesar dos investimentos substanciais, o desempenho da organização tem sido impactado negativamente pela recente desvalorização do ETH, que representa sua principal posição no mercado.
O futuro do World Liberty Financial permanece incerto, enquanto o projeto se prepara para seu lançamento oficial. As investigações sobre a transparência de suas operações e a natureza das relações com investidores estratégicos continuam a gerar discussões no setor de criptomoedas, colocando em xeque a governança e os objetivos da plataforma.