- Bitcoin recua com restrições à Nvidia e tensão comercial
- Dow Jones e Nasdaq caem com temor sobre exportações
- Ouro atinge recorde como principal reserva de valor
As bolsas norte-americanas registraram queda expressiva nesta quarta-feira (16), pressionadas por novas restrições impostas à fabricante de chips Nvidia e pelo aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O S&P 500 recuou mais de 1,4%, enquanto o Dow Jones perdeu cerca de 0,8% (mais de 300 pontos). Já o Nasdaq, que concentra empresas de tecnologia, caiu mais de 2,3%.
A Nvidia teve suas ações desvalorizadas em até 8% no pós-mercado de terça-feira, após divulgar possíveis perdas de US$ 5,5 bilhões por conta de restrições nas exportações de chips H20 para a China. Antes da abertura do mercado americano nesta quarta, os papéis da empresa ainda caíam 6%, refletindo a preocupação dos investidores com o impacto das novas limitações comerciais.
Essas movimentações afetam não apenas os mercados tradicionais, mas também o mercado de criptomoedas, que operava em baixa no mesmo período. O Bitcoin (BTC) perdeu o suporte de US$ 86 mil alcançado no início da semana, sendo negociado a cerca de US$ 84.700, com uma queda diária de aproximadamente 1%. O movimento também afetou outras criptomoedas importantes como Ethereum, XRP, Solana e Cardano, que registraram perdas superiores a 4%.
De acordo com analistas, a escalada tarifária entre EUA e China — que envolveu o aumento das tarifas americanas para até 245% sobre produtos chineses — está pressionando todo o setor tecnológico. A disputa atinge diretamente a cadeia de suprimentos de chips, especialmente aqueles fabricados com minerais estratégicos como gálio e germânio.
Em paralelo à queda dos ativos de risco, o ouro atingiu nova máxima histórica de US$ 3.300 por onça, consolidando-se como a principal reserva de valor no momento. Segundo a QCP Capital, “ao contrário do ouro, o BTC não conquistou uma posição de refúgio seguro. A narrativa de ‘reserva de valor alternativa’ não está ganhando força no atual regime macroeconômico”.
O Índice do Dólar (DXY) também mostrou fraqueza frente ao euro e ao iene, indicando uma busca por proteção diante do aumento da incerteza econômica global.