- Cardinal leva Bitcoin ao DeFi da Cardano
- Liquidez do Bitcoin impulsiona novas oportunidades DeFi
- MuSig2 e BitVMX reforçam segurança descentralizada
O ecossistema da Cardano ganhou nesta terça-feira, 10 de junho, um novo propulsor de liquidez com o lançamento do Cardinal, protocolo que envolve UTXOs de Bitcoin e os converte em tokens nativos, prontos para circular nas aplicações DeFi da rede.
A iniciativa foi destacada por Charles Hoskinson nas redes sociais e representa a tentativa mais ambiciosa da fundação em atrair “liquidez do Bitcoin” para dentro da infraestrutura de contratos inteligentes da Cardano, sem depender de pontes custodiadas ou federações.
Welcome to the first Bitcoin DeFi protocol developed for Cardano https://t.co/CoYvrYnIfI
— Charles Hoskinson (@IOHK_Charles) June 9, 2025
O Cardinal funciona por meio de um esquema de encapsulamento que mantém paridade um-para-um: cada satoshi bloqueado em Bitcoin libera um token correspondente no lado de Cardano. Quando o usuário decide encerrar a operação, o ativo encapsulado é queimado e o BTC original retorna à sua cadeia nativa.
Para preservar a segurança, o protocolo adota o MuSig2, padrão de multiassinaturas que permite a várias entidades assinar uma única transação, reduzindo vetores de ataque e taxas on-chain. Essa camada coopera com o BitVMX, ambiente de execução off-chain que processa lógicas complexas sem sacrificar a descentralização.
Outro cuidado está no tratamento de reorganizações de bloco. O Cardinal aguarda um número pré-definido de confirmações antes de liberar qualquer etapa crítica, minimizando riscos de double-spend ou censura entre cadeias.
Apesar do avanço, Romain Pellerin, diretor-técnico da Input Output Global, lembrou que o sistema ainda não está pronto para produção: “O protocolo funciona, mas, como mencionado no artigo, ainda não o consideramos pronto para produção. Algumas melhorias estão por vir. Fiquem ligados para a versão 1.0.”
Com a novidade, detentores de Bitcoin ganham acesso direto a serviços de empréstimos, staking e provisão de liquidez executados na Cardano, expandindo a oferta de rendimentos sem abrir mão da custódia própria.
Analistas apontam que a chegada da “liquidez do Bitcoin” pode aumentar o valor total bloqueado da rede (TVL) e atrair projetos focados em stablecoins algorítmicas, derivativos e plataformas de crédito, ampliando a competitividade da Cardano no cenário DeFi multichain.
A equipe promete liberar a versão 1.0 após auditorias adicionais e otimizações de throughput, consolidando a integração entre os dois maiores ecossistemas proof-of-stake e proof-of-work do mercado.