- Trump quer remover governadora do Fed Lisa Cook
- Suprema Corte pode decidir sobre poder presidencial
- Fed cortou juros; Cook participou da votação
A presidência de Donald Trump abriu mais um capítulo na tensão entre poderes nos Estados Unidos. O atual presidente moveu uma ação na Suprema Corte pedindo a reversão de decisões judiciais que o impedem de demitir Lisa Cook, integrante do conselho do Federal Reserve. O documento foi protocolado pelo Departamento de Justiça na última quinta-feira.
A investida acontece logo após Cook participar da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. Em agosto, Trump anunciou sua decisão de remover Lisa do cargo, alegando fraude hipotecária relacionada a duas propriedades nos estados de Michigan e Geórgia.
Segundo o presidente, Cook teria declarado ambas as casas como sua residência principal em diferentes financiamentos, o que, para ele, configura uma conduta enganosa e possivelmente criminosa, além de colocar em dúvida sua aptidão para seguir no cargo.
Lisa nega as acusações e iniciou um processo judicial contra Trump, afirmando que ele não possui amparo legal para sua destituição. Em resposta, um juiz federal em Washington emitiu uma liminar no dia 9 de setembro, impedindo a demissão até o fim do trâmite judicial.
Tentando contornar a liminar, o Departamento de Justiça apelou ao Tribunal do Circuito de DC, mas teve seu pedido negado por dois votos a um. Com isso, Lisa permaneceu ativa no conselho e participou da votação interna do Fed.
No pedido apresentado à Suprema Corte, o procurador-geral D. John Sauer sustenta que a decisão do tribunal inferior viola a autoridade do presidente. “Este requerimento envolve mais um caso de interferência judicial indevida na autoridade de destituição do Presidente”, afirmou Sauer.
O documento argumenta que Lisa Cook não tem direito legítimo à permanência no cargo segundo a Quinta Emenda e contesta a visão de que o comportamento questionado, anterior à nomeação, não pode justificar sua remoção.
Sauer reforça que, ao identificar uma conduta inadequada em transações financeiras, o presidente agiu com base no critério previsto por justa causa. Se a Suprema Corte acatar o pedido, Trump terá nomeado quatro dos sete atuais membros do conselho do Fed, incluindo Stephen Miran, recém-confirmado pelo Senado.













