- Defesa alega provas bloqueadas sobre solvência da FTX
- Apelação no 2º Circuito busca novo julgamento
- Relatório “FTX: Para onde foi o dinheiro?” volta à cena
A equipe jurídica de Sam Bankman-Fried (SBF) comparece ao Tribunal de Apelações do 2º Circuito dos EUA para tentar anular sua condenação por fraude e conspiração no colapso da FTX. A defesa sustenta que o juiz do caso impediu a apresentação de evidências segundo as quais a exchange teria ativos suficientes para honrar saques de clientes, ponto que, no entendimento dos advogados, poderia ter alterado o veredicto do júri.
Desde a condenação em novembro de 2023, SBF, hoje com 33 anos, mantém o argumento de que a quebra decorreu de má gestão e pânico, e não de fraude deliberada. Após a sentença, seus representantes reiteraram que ele “nunca foi presumido inocente”, insistindo que o julgamento se baseou em uma narrativa enganosa de perdas permanentes para clientes de criptomoedas.
Nos bastidores do recurso, a defesa voltou a enfatizar alegações de solvência. Dias atrás, a conta oficial de Bankman-Fried no X divulgou o relatório “FTX: Para onde foi o dinheiro?”, em que afirma que a empresa possuía bilhões de dólares em criptoativos e participações em companhias como Anthropic, Robinhood e SpaceX à época do pedido de falência em 2022.
O documento também acusa o processo de Chapter 11 de ter sido manipulado por consultores externos, citando o escritório Sullivan & Cromwell e o atual CEO, John Ray III, por supostamente priorizarem honorários jurídicos em detrimento da maximização de retornos aos clientes. A defesa tenta usar essa narrativa para reforçar a tese de anulação.
O histórico do caso pesa contra o ex-CEO: o júri o considerou culpado em sete acusações, apoiado por depoimentos de ex-executivos como Caroline Ellison e Gary Wang. Ainda que a reversão seja considerada difícil, a estratégia processual tenta reabrir espaço para discutir solvência, governança e o tratamento dado a ativos digitais e stablecoins no processo.
Circulam relatos de que SBF avaliaria um possível indulto presidencial com o atual presidente dos EUA, Donald Trump, após precedentes recentes de perdão. Por ora, ele cumpre pena de 25 anos, com libertação projetada para 2044, enquanto aguarda o desfecho da apelação no 2º Circuito.














