Parece que os ecos financeiros estão ressoando um pouco mais alto esses dias, especialmente quando um estrategista da Bloomberg entra na conversa. Mike McGlone, o famoso macro estrategista sênior da Bloomberg Intelligence, compartilhou sua visão preocupante sobre o cenário econômico que se desenrola à nossa frente. Em suas palavras, estamos à beira de testemunhar uma das maiores crises de liquidez, uma que pode muito bem afetar a economia global e, por consequência, o preço do Bitcoin.
Durante um papo com Scott Melker, um dos nomes mais reconhecidos no universo cripto, McGlone levantou questões sobre as políticas do Federal Reserve. Ele acredita que a postura agressiva adotada pelo Fed na luta contra a inflação irá persistir até o final de 2023. Como resultado, ativos de risco como o Bitcoin poderiam enfrentar uma correção significativa.
“Estamos vivendo um paradoxo. Após a maior injeção de liquidez da história, vemos agora sua maior retração. Analisar os números e perceber essa realidade ainda me surpreende”, comentou McGlone.
E se pensarmos que a história muitas vezes se repete, McGlone trouxe à tona exemplos dos anos 1920. Segundo ele, os EUA inundaram o mercado com liquidez em excesso naquela época. Com a oferta monetária em queda e o PPI (Índice de Preços ao Produtor) em terreno negativo, a decisão do Fed de continuar elevando as taxas de juro soa como um alarme para muitos economistas. A grande questão agora é como os rendimentos dos títulos e o mercado de ações responderão.
“Imagine dezembro chegando e a recessão se tornando uma realidade. Todos olharão para o Fed, esperando uma ação mais branda, mas a resposta pode ser diferente do esperado, devido às preocupações contínuas com a inflação”, refletiu McGlone.
O futuro do Bitcoin nesse cenário? De acordo com o estrategista, o Bitcoin, que tem sido uma espécie de termômetro para muitos desses movimentos econômicos, pode experimentar uma correção à medida que a liquidez diminui. Atualmente, o BTC está sendo negociada por volta dos $29.400, tendo apresentado uma ligeira alta de 1,0% nas últimas 24 horas.