- Hackers lavaram fundos em criptomoedas após invasão
- Banco Central ordenou desconexão imediata dos sistemas
- Polícia rastreia valores e congela carteiras digitais
Um ataque cibernético comprometeu seis contas de reserva interligadas ao Banco Central do Brasil, resultando no desvio de cerca de R$ 800 milhões (equivalente a US$ 140 milhões). O ataque teve origem na C&M Software, fornecedora de soluções bancárias com sede em São Paulo, após um funcionário vender credenciais de acesso à infraestrutura da empresa.
“Vai ser muito difícil o processo de investigação”, afirma @pablo_ortellado sobre o ataque hacker que atingiu uma empresa prestadora de serviços para bancos e pode ter causado o desvio de até R$ 800 milhões via Pix. Segundo ele, os criminosos usaram criptomoedas como “porta de… pic.twitter.com/biwBxPuHXw
— GloboNews (@GloboNews) July 3, 2025
Segundo investigações da Polícia Federal, João Nazareno Roque teria vendido seu login corporativo por R$ 15 mil e desenvolvido uma ferramenta de acesso adicional por mais R$ 10 mil, permitindo a entrada dos hackers. A partir desse acesso, os criminosos conseguiram emitir instruções ilegais para movimentar valores das contas do Banco Central, redirecionando os recursos para contas bancárias comerciais associadas a corretoras de balcão e exchanges regionais.
Estimativas iniciais apontam que entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões foram convertidos rapidamente em ativos digitais, como Bitcoin, Ethereum e USDT. A movimentação foi rastreada por analistas on-chain, que estão colaborando com o Ministério Público Federal na tentativa de bloquear carteiras e recuperar parte dos valores.
Como resposta imediata, o Banco Central ordenou que todas as instituições que utilizam os serviços da C&M Software interrompessem as conexões. A empresa recebeu autorização para retomar os serviços dois dias depois, com a garantia de que os sistemas principais permaneciam seguros. O diretor da C&M, Kamal Zogheib, declarou que o incidente envolveu credenciais fraudulentas de clientes e não resultou de falha técnica.
O ataque também atingiu a provedora BMP, que confirmou que apenas seu saldo de reserva foi afetado, sem impacto sobre os fundos dos clientes. Até o momento, as autoridades congelaram cerca de R$ 270 milhões (US$ 49,8 milhões) e investigam outros possíveis envolvidos, incluindo quatro suspeitos identificados nos mandados judiciais.
Registros transacionais indicam que parte do dinheiro foi transferida para corretoras na Argentina, Paraguai e Brasil e convertida em criptomoedas por meio de mesas OTC, dentro de poucas horas após o ataque. As autoridades seguem monitorando fluxos e buscam intensificar os controles sobre as interfaces de contas de reserva e o sistema de pagamento instantâneo PIX.