- Processo revela fraudes no lançamento de LIBRA
- Destaque para práticas de pump-and-dump
- Potencial para estabelecer regulamentações mais rigorosas
O Escritório de Advocacia Burwick Law acaba de iniciar uma ação judicial contra figuras centrais no lançamento do token LIBRA, conhecido como meme coin, na Suprema Corte de Nova York. A acusação recai sobre KIP, Meteora e Kelsier, que segundo alegações, teriam enganado os investidores e manipulado o valor do token. Notavelmente, o presidente argentino Javier Milei não é parte do processo, embora esteja associado ao projeto. O escritório afirma que os envolvidos inflaram o valor do LIBRA artificialmente, precipitando depois seu colapso numa clássica manobra de pump-and-dump.
O lançamento do token LIBRA em fevereiro rapidamente se transformou num escândalo. A Burwick Law sustenta que foi utilizado um pool de liquidez unilateral para criar uma falsa impressão de demanda, permitindo que insiders se beneficiassem às custas dos investidores de varejo. De acordo com o processo, cerca de 85% do fornecimento inicial foi retido, possibilitando que aqueles com acesso prévio lucrarem enquanto os demais compravam a preços elevados.
Tonight, our firm filed a class action complaint in the Supreme Court of New York on behalf of our client. We allege that Kelsier, KIP, Meteora, and related parties orchestrated an unfair token launch ($LIBRA), allegedly misleading purchasers and harming retail investors. pic.twitter.com/H7dD2LaARK
— Burwick Law (@BurwickLaw) March 18, 2025
A KIP Protocol, uma das partes citadas no processo, refutou quaisquer alegações de má conduta financeira em relação ao LIBRA. A empresa afirmou que sua participação foi restrita ao suporte no financiamento do projeto, sem envolvimento direto no lançamento do token ou nas operações de mercado. Contudo, a Meteora, uma bolsa descentralizada que teve um papel significativo na estreia de LIBRA, enfrenta desafios maiores. Após o escândalo, seu cofundador renunciou, embora negue qualquer atividade fraudulenta.
A reputação da Meteora já estava sob escrutínio devido ao seu envolvimento no lançamento da controversa moeda meme TRUMP, que havia aumentado o valor total bloqueado na plataforma antes de seu eventual declínio. Essa tendência de hospedar projetos questionáveis suscitou dúvidas sobre a diligência da bolsa na aprovação de novos tokens. A Kelsier Ventures, também implicada no lançamento de LIBRA, viu seu CEO, Hayden Davis, reconhecer abertamente práticas questionáveis anteriores, justificando-as como padrões normais do setor.
Davis, que negocia o lançamento de uma moeda semelhante na Nigéria, está atualmente com um mandado de prisão ativo, tornando-o legalmente vulnerável no escândalo. Investigações adicionais ligam os envolvidos no LIBRA a outros dois tokens temáticos da Argentina, ARG e MILEI, indicando que esses podem ter sido protótipos para o lançamento do LIBRA, compartilhando carteiras, pools de liquidez e padrões de transação similares.