O diretor de tecnologia da Tether, Paolo Ardoino, revelou que não vê que os recentes desenvolvimentos em torno das moedas digitais de banco centrais, os CBDCs, em diversos países ao redor do globo não vai afetar o papel das stablecoins privadas.
Durante uma série de publicações no Twitter, Ardoino compartilhou seus pensamentos sobre a discussão em torno dos CBDC’s e qual poderia ser o papel no sistema de pagamento atual, afirmando que os CBDCs substituiriam apenas as antigas redes de pagamento centralizadas, como o SWIFT, e usariam blockchains privados para cumprir a maioria das transações.
Ardoino explicou ainda que os CBDCs não tratam de digitalizar a moeda tradicional, como já foi feito, já que a maioria das transações modernas são digitais. O principal objetivo das CBDCs é usar blockchains privados como uma infraestrutura de tecnologia moderna e com custo controlado, onde a maioria das transferências bancárias e transações com cartão de crédito e débito serão liquidadas via CBDCs.
O diretor da Tether comentou também que as stablecoins privadas, como o USDT, permanecerão relevantes mesmo na era das moedas digitais emitidas pelo governo. As stablecoins privadas dariam aos usuários a opção de transferir entre as cadeias e estariam disponíveis em várias blockchains de sua escolha, algo que os CBDCs não não fazem, segundo ele.
Os comentários de Ardoino vem após o surgimento de um debate sobre se os CBDCs cortariam o papel do setor privado de stablecoin. A discussão ganhou força nos Estados Unidos após pedidos de vários legisladores para regular o mercado de stablecoin.
De acordo com dados da Atlantic CBDC, 86 países já estão em processo de desenvolvimento de sua moeda digital atualmente, com um aumento de mais de 100% desde maio de 2020. Dessas 86 nações, nove países lançaram sua CBDC, enquanto quinze países estão no fase piloto.
Das mais proeminentes, a China é quem se destaca, liderando a corrida da CBDC com um yuan digital totalmente funcional atualmente sendo testado em todo o país. Países europeus, como França e Suíça, iniciaram testes, enquanto os EUA ainda não finalizaram nenhum plano para um dólar digital.