O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, determinou às autoridades que identifiquem todas as empresas de mineração de criptomoedas e aumentem as taxas de energia elétrica que estes devem pagar no país. O estado não é contra as atividades legais de mineração, porém as fazendas de criptomoedas devem ser licenciadas e tributadas, segundo Tokayev.
A medida foi tomada devido a escassez de eletricidade que já forçou algumas empresas a deixar o Cazaquistão, porém os mineradores enfrentam aumentos de impostos regularmente no país, fora que passou a ter uma supervisão ainda mais rigorosa em solo cazaque.
Em uma reunião com ministros nesta semana, Tokayev ordenou que o governo prepare novos e mais abrangentes regulamentos para o setor para entrar em vigor já a partir de 1º de abril. Isso após um considerar um novo aumento de até cinco vezes mais no imposto de energia elétrica para os mineradores, segundo a imprensa local.
Vale ressaltar que no verão passado, o Cazaquistão introduziu a taxa de 1 tenge (aproximadamente US$ 0,0023) por quilowatt-hora usado para a mineração de criptomoedas.
A taxa atual é insignificante. Eu instruo o governo a elaborar um aumento múltiplo desse imposto o mais rápido possível, afirmou o presidente cazaque, que ainda disse que o efeito socioeconómico da mineração no país é mínimo, ressaltando que o setor não cria muitos empregos ou produtos mas consome muita energia.
Além disso, Tokayev apontou que o estado não é contra a mineração legal de criptomoedas, mas insistiu que todas as instalações de mineração devem ser identificadas e sua documentação fiscal, alfandegária e técnica inspecionadas pela Agência de Monitoramento Financeiro, que deve relatar todas as empresas de mineração detalhadamente até 15 de março.
O Cazaquistão se tornou um importante centro de mineração de criptomoedas após a China proibir as atividades do setor em maio do ano passado. Com isso, a participação cazaque no hashrate global do bitcoin havia atingido 18%, perdendo apenas para os Estados Unidos. Porém, o déficit de energia atribuído à indústria e protestos contra o aumento dos custos de energia e aos preços de combustíveis, fazem com que a atividade venha sofrendo com altas e novas taxas.