- Bitcoin recupera acima de US$ 101 mil após queda recente
- S&P 500 futuro recua 0,20% com tensão entre EUA e Irã
- Estreito de Ormuz pode impactar petróleo e criptomoedas
O Bitcoin hoje conseguiu recuperar o patamar acima dos US$ 100 mil nesta segunda-feira, mesmo com uma leve queda de 1% nas últimas 24 horas, sendo cotado por volta de US$ 101.515. A movimentação da maior criptomoeda acontece em meio à queda de 0,20% nos futuros do S&P 500, refletindo o aumento das tensões geopolíticas envolvendo os Estados Unidos e o Irã.
Após os ataques ordenados pelo presidente Donald Trump contra três instalações nucleares iranianas, cresce a expectativa por uma possível retaliação. O parlamento iraniano já pressiona o governo a fechar o Estreito de Ormuz, uma das principais rotas globais para o transporte de petróleo e gás natural. Segundo a mídia estatal, a decisão final sobre o bloqueio caberá ao Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã.
Em resposta, o vice-presidente norte-americano JD Vance declarou que uma ação como essa seria “suicida” para a economia iraniana, destacando que “toda a sua economia passa pelo Estreito de Ormuz”.
Mesmo com o histórico de ameaças similares, analistas avaliam que a situação atual é mais delicada. O general Mohsen Rezaei, membro influente do Conselho de Segurança iraniano, afirmou horas antes do ataque que o Irã tomaria medidas para interromper o tráfego marítimo caso os EUA optassem por um avanço militar.
A tensão também foi reforçada pelas declarações do ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi. Segundo ele, “os EUA não são diplomáticos e só entendem a linguagem da força e das ameaças”, deixando claro que Teerã avalia uma série de opções de resposta, sem confirmar diretamente o fechamento do estreito.
O mercado financeiro global acompanha de perto a crise, especialmente pela importância estratégica do Estreito de Ormuz, que movimenta cerca de 20% do petróleo e gás consumidos no mundo. Investidores de criptomoedas observam com atenção os desdobramentos, uma vez que choques no mercado energético podem gerar efeitos em ativos digitais como o Bitcoin.
Por que isso é importante para o mercado de criptomoedas?
A possibilidade de o Irã fechar o Estreito de Ormuz representa um risco geopolítico significativo com potenciais impactos diretos no mercado de criptomoedas. Cerca de 20% do petróleo mundial passa por essa estreita faixa de mar entre o Golfo Pérsico e o Mar de Omã, tornando a região estratégica para o abastecimento global de energia.
Caso Teerã realmente opte por bloquear a passagem, os Estados Unidos podem ser forçados a reagir militarmente para garantir a liberdade de navegação e proteger o fluxo global de petróleo. Uma escalada como essa teria consequências imediatas nos mercados financeiros, elevando o preço do petróleo de forma abrupta e alimentando pressões inflacionárias em várias economias.
O aumento da inflação tende a pressionar os bancos centrais a manter ou até elevar as taxas de juros, o que pode prejudicar ainda mais os ativos de risco, incluindo as criptomoedas como o Bitcoin. Historicamente, em momentos de instabilidade econômica e tensões militares, os investidores adotam uma postura mais conservadora, migrando capital para ativos considerados mais seguros.
Além disso, a valorização repentina do petróleo poderia afetar diretamente o custo de produção e transporte global, ampliando os efeitos negativos sobre a economia mundial e reduzindo a liquidez disponível para investimentos em mercados alternativos como o de criptomoedas.
O Bitcoin, mesmo sendo considerado uma reserva de valor por parte da comunidade cripto, costuma apresentar volatilidade durante eventos de crise, o que reforça o clima de incerteza que paira sobre o setor neste momento.