- Bitcoin enfrenta risco de queda para US$ 72 mil
- Fluxos negativos de ETFs indicam baixa demanda por BTC
- CryptoQuant aponta deterioração na liquidez do mercado
O Bitcoin (BTC) registrou uma forte correção nesta terça-feira (4), caindo abaixo da marca de US$ 100.000 pela primeira vez desde junho. A queda de mais de 6% em 24 horas levou o ativo a ser negociado em torno de US$ 100.800, segundo dados de mercado. A empresa de análise on-chain CryptoQuant afirmou que, caso o preço não consiga se sustentar acima desse nível psicológico, há risco de o BTC recuar para a faixa dos US$ 72.000 nos próximos meses.
Julio Moreno, chefe de pesquisa da CryptoQuant, explicou que “se o preço não conseguir se manter na faixa dos US$ 100.000 e cair, há um risco maior de atingir US$ 72.000 em um período de um a dois meses”. Segundo ele, o enfraquecimento da demanda é reflexo direto da liquidação histórica de 10 de outubro, que eliminou mais de US$ 20 bilhões em posições alavancadas.
“Desde então, a demanda à vista por bitcoin vem diminuindo”, destacou Moreno. Ele também observou que investidores dos Estados Unidos reduziram suas compras, evidenciado pelos fluxos negativos de ETFs e pelo prêmio negativo de preço na Coinbase. “As condições do mercado de criptomoedas têm sido pessimistas desde o início de outubro, conforme medido pelo nosso Índice de Pontuação de Alta, que está em 20, bem abaixo da zona de baixa”, acrescentou.
No mês passado, Geoffrey Kendrick, chefe global de pesquisa de ativos digitais do Standard Chartered, havia previsto que a queda abaixo de US$ 100.000 seria “inevitável” após a liquidação de outubro. Apesar disso, ele acreditava que o Bitcoin “nunca mais cairia abaixo de US$ 100.000” se fatores macroeconômicos positivos — especialmente as negociações comerciais entre EUA e China — se mantivessem estáveis.
O pessimismo atual, no entanto, foi reforçado por um ambiente global de aversão ao risco. “Especulações recentes de que o FOMC pode aprovar outro corte de juros este ano, além de preocupações com tarifas e crédito, contribuíram para a queda dos mercados”, afirmou Gerry O’Shea, chefe de insights de mercado da Hashdex. Ele ressaltou ainda que, apesar da pressão, o nível de US$ 100.000 não enfraquece a tese de longo prazo do Bitcoin.
“A tendência de fluxos de ETFs e adoção corporativa neste ano permanece muito forte”, completou O’Shea, destacando que fatores estruturais e o possível aumento da liquidez com o fim do aperto do Fed podem apoiar novas máximas históricas do BTC.












