A autoridade de proteção de dados da Alemanha, o Escritório Estadual de Supervisão de Proteção de Dados da Baviera (BayLDA), determinou recentemente algumas medidas corretivas para o World, que era conhecido como Worldcoin (WLD), por causa do tratamento de seus dados biométricos dos usuários.
O Worldcoin, idealizado por Sam Altman, também cofundador da OpenAI, propõe um sistema de identificação digital global baseado na leitura da íris. A ideia é criar uma espécie de “passaporte digital” universal, mas a coleta de dados biométricos tem gerado muita polêmica e preocupações sobre privacidade em diversos países.
O BayLDA, após uma investigação minuciosa sobre a conformidade do projeto com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia, determinou que a World implemente um processo de exclusão de dados que atenda aos rigorosos padrões do regulamento. A ordem, divulgada em 19 de dezembro, dá à empresa um prazo de um mês a partir da data de vigência da decisão para se adequar.
Em resposta à decisão, a World destacou seus avanços nos últimos 12 meses, enfatizando que: “Por essa razão, os resultados da investigação da BayLDA estão, em grande parte, relacionados a operações e tecnologias desatualizadas, que já foram substituídas em 2024”.
Para o projeto, a decisão da BayLDA ilustra a urgente necessidade de estabelecer uma definição precisa e consistente de anonimização na União Europeia (UE), que seja “capaz de garantir a proteção dos dados pessoais na era da inteligência artificial (IA). Atualmente, a GDPR não oferece essa clareza, e tanto a World Foundation quanto a colaboradora Tools for Humanity (TFH) acreditam ser essencial que essa questão seja abordada com rapidez para garantir que as leis e regulações protejam a privacidade dos cidadãos da UE, ao mesmo tempo em que viabilizam tecnologias, incluindo IA, treinadas com dados da UE para respeitar sua cultura e normas”.
Vale lembrar que, a Worldcoin, anunciou, em 29 de junho de 2023, o lançamento de inscrições para seu World ID na Alemanha, levando sua sua ferramenta “Sign in with Worldcoin” para Okta’s Auth0, uma plataforma de autenticação.
Essa situação na Alemanha adiciona mais um capítulo à saga do Worldcoin em relação à privacidade de dados. O projeto já enfrentou questionamentos e até mesmo proibições em outros países, levantando sérias dúvidas sobre sua viabilidade a longo prazo, pelo menos no formato atual.