- WorldCoin atinge 10 milhões de usuários com prova de humanidade.
- Reguladores destacam riscos à privacidade e vigilância em massa.
- Restrições em países como Quênia, Espanha e Coreia do Sul.
A WorldCoin, agora rebatizada como World, anunciou que alcançou 10 milhões de usuários verificados em sua rede de identidade digital. Este marco significativo reflete a crescente adoção de sua tecnologia baseada em identificação biométrica, ao mesmo tempo que reacende debates sobre privacidade e regulamentação.
10 million verified humans on World Network.
Thank you 🫶 pic.twitter.com/wQPWxsnERm
— World (@worldcoin) January 10, 2025
O projeto utiliza dispositivos chamados “orbes” para coletar dados biométricos, analisando íris para criar identificadores digitais únicos. Segundo a empresa, o objetivo é oferecer uma “prova de humanidade”, essencial em um cenário onde a inteligência artificial (IA) avança rapidamente, ameaçando a autenticidade das interações digitais. Em um comunicado oficial, a World destacou:
“À medida que os agentes de IA evoluem, a prova de humanidade provavelmente se tornará a base para viabilizar uma IA ética e escalável, garantindo que os humanos permaneçam criadores empoderados em um mundo cada vez mais moldado por máquinas inteligentes.”
No entanto, a coleta de dados biométricos gerou preocupações em diversas partes do mundo. Especialistas em segurança cibernética alertam sobre os riscos de vigilância em massa e possíveis abusos. Enquanto isso, órgãos reguladores em vários países restringiram as operações da empresa.
Em agosto de 2023, o Quênia foi o primeiro país a banir a WorldCoin, citando riscos à privacidade e à segurança nacional. Na sequência, em março de 2024, a Espanha interrompeu temporariamente as operações da empresa, alegando coleta inadequada de dados de menores e falta de transparência no consentimento dos usuários. Posteriormente, a WorldCoin suspendeu suas atividades no país até o final do ano.
Portugal seguiu uma abordagem semelhante, aplicando uma suspensão de 90 dias no mesmo período. Em maio de 2024, Hong Kong também determinou a interrupção das operações da WorldCoin, e, em setembro, a Coreia do Sul multou a empresa em 1,1 bilhão de wons (cerca de US$ 829 mil) por violações às leis de proteção de dados pessoais.
Apesar dos desafios, a World mantém que suas operações estão em conformidade com as leis locais e que seu modelo prioriza a descentralização e a privacidade dos usuários.
O futuro da WorldCoin dependerá de sua capacidade de atender às exigências regulatórias e conquistar a confiança do público. Enquanto isso, a tecnologia da empresa continua levantando discussões sobre a governança de dados e o papel da identidade digital em uma era de IA.