- Preservação dos registros da guerra do Afeganistão na blockchain do Bitcoin
- Colaboração entre WikiLeaks, OrdinalsBot e Project Spartacus
- Iniciativa reforça a relação histórica entre WikiLeaks e Bitcoin
O WikiLeaks, em colaboração com a startup OrdinalsBot e o grupo anônimo de entusiastas do Bitcoin conhecido como Project Spartacus, está empenhado em preservar o “Afghan War Diary” na blockchain do Bitcoin por meio do protocolo Ordinals. Essa iniciativa visa garantir que os registros da guerra no Afeganistão permaneçam imutáveis e acessíveis para as futuras gerações.
WikiLeaks founder Julian Assange and his supporters launched "Project Spartacus" to mint 76,911 Afghan war log files into Bitcoin inscriptions on the Ordinals to ensure that these records are preserved forever. These files record confidential content in US military operations,…
— Wu Blockchain (@WuBlockchain) December 5, 2024
Gabriel Shipton, presidente da campanha Assange, destacou a relevância de armazenar esses dados na blockchain: “Obviamente, ter todos esses dados armazenados on-chain, imutáveis para sempre, é muito importante para que nossa sociedade aprenda com nossos erros”. Ele enfatizou que Julian Assange sempre buscou publicar segredos para que as pessoas compreendessem os acontecimentos e pudessem corrigir suas instituições e sociedade.
O “Afghan War Diary”, também conhecido como “Afghan War Logs”, é uma coleção de mais de 91.000 documentos militares dos EUA, abrangendo o período de 2004 a 2010. Esses registros, vazados para o WikiLeaks por Chelsea Manning em julho de 2010, oferecem insights sobre operações militares, inteligência, missões secretas e baixas civis durante a guerra no Afeganistão. A divulgação desses documentos mudou a percepção pública sobre o conflito e levantou questões sobre transparência e a natureza da guerra moderna.
Em outubro de 2023, cerca de 2.000 desses registros foram inscritos na blockchain durante a fase inicial do projeto, que posteriormente foi interrompido. A partir de 12 de dezembro, o OrdinalsBot relançará o esforço, permitindo que os usuários participem da cunhagem do “Afghan War Diary” em lotes de 1, 5, 20, 50 ou 100 artigos. Shipton observou que ter essas informações na blockchain do Bitcoin eleva o legado de Julian Assange e do WikiLeaks a um novo patamar, garantindo que o “Afghan War Diary” não dependa de um serviço que possa ser desativado.
O Project Spartacus oferece uma interface pública para que qualquer pessoa possa inscrever um registro de guerra. Não há taxas associadas a essa ação, exceto as taxas de rede necessárias para qualquer transação submetida à rede Bitcoin. A página também apresenta um botão de “doar”, permitindo que os usuários enviem bitcoin para a causa de Assange.
Para Shipton, trazer o “Afghan War Diary” para o Bitcoin segue uma longa relação entre o WikiLeaks e a criptomoeda, que começou nos primeiros dias do cripto, quando o WikiLeaks começou a aceitar doações em Bitcoin. Um dos últimos posts do criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, antes de desaparecer em 2010, foi sobre o WikiLeaks e o grupo recorrendo ao Bitcoin após seus serviços financeiros serem cortados.
Em 2017, após rumores de sua morte, Assange desmentiu-os lendo o hash do último bloco do Bitcoin durante uma palestra online. Shipton destacou que o WikiLeaks conseguiu continuar pagando por seus servidores e equipe em Bitcoin, mesmo enfrentando um bloqueio bancário global, demonstrando a resistência do Bitcoin a ataques em nível estatal e sua capacidade de manter a publicação.