- Ethereum planeja tornar privacidade padrão com saldo protegido
- Vitalik sugere endereço exclusivo para cada app descentralizado
- Privacidade com PIR e mixnets reduz exposição de dados no RPC
Vitalik Buterin, um dos fundadores do Ethereum, compartilhou recentemente uma proposta detalhada para aprimorar a privacidade dos usuários da rede. Publicado em seu blog em 10 de abril, o documento sugere uma abordagem leve e prática, sem a necessidade de mudanças estruturais no consenso do protocolo Ethereum.
A ideia central envolve incorporar funcionalidades de privacidade diretamente em carteiras digitais, com ferramentas como Privacy Pools e soluções já utilizadas por projetos como a Railway Private DeFi Wallet. Buterin defende que os usuários possam ativar um “saldo protegido” por padrão, com a possibilidade de enviar valores diretamente desse saldo, sem necessidade de instalar uma carteira específica para isso.
De acordo com o desenvolvedor, o objetivo é permitir que transações privadas sejam mais comuns, tornando essa opção padrão sempre que possível. Ele também propôs o uso de endereços distintos para cada aplicação descentralizada (DApp), o que reduziria a rastreabilidade entre diferentes atividades realizadas pelo mesmo usuário. Apesar de reconhecer a perda de conveniência, considera essa uma solução prática para preservar a privacidade em ambientes descentralizados.
Outro ponto abordado no plano é a necessidade de as transações enviadas para a própria carteira também manterem o sigilo, fortalecendo a proteção individual. Ele sugere ainda a integração de camadas de privacidade utilizando módulos de segurança como o TEE (Trusted Execution Environment) em comunicações via RPC (Remote Procedure Call). Segundo Buterin, essa solução é temporária até que tecnologias como a PIR (Private Information Retrieval) se tornem mais eficientes.
A proposta também recomenda que as carteiras se conectem a múltiplos nós RPC, preferencialmente por meio de mixnets, com servidores distintos para cada DApp. Isso reduz a exposição de dados ao trafegar informações entre o usuário e o blockchain.
Por fim, Buterin sugere avanços técnicos em protocolos voltados à privacidade, como o Railway e o Tornado Cash, além de permitir o uso de provas compartilhadas em transações e o desenvolvimento de carteiras que mantenham dados protegidos mesmo em interações complexas. O objetivo, segundo ele, é criar um ambiente seguro mesmo diante de operadores de nós RPC potencialmente maliciosos.