Um júri em Manhattan selou o destino de Sam Bankman-Fried, o fundador da outrora poderosa exchange FTX, declarando-o culpado por fraude e conspiração. A decisão veio após um julgamento que se estendeu por um mês e capturou a atenção de investidores e reguladores globais, ansiosos por entender as ramificações deste caso para o setor das moedas digitais.
A saga começou com a ascensão meteórica de Bankman-Fried, conhecido nas redes como SBF, e de sua empresa, a FTX, que se tornou sinônimo de inovação no espaço das criptos. No entanto, o deslumbramento rapidamente se transformou em descrença quando a FTX colapsou, levantando nuvens de suspeita sobre as práticas de gestão de SBF.
Os jurados encontraram SBF culpado de sete acusações criminais, incluindo fraudar clientes e conspirar para violar leis de financiamento de campanha e lavagem de dinheiro. A tese da acusação, que ecoou por todo o julgamento, foi a de que Bankman-Fried desviou fundos dos clientes para seu fundo de hedge, Alameda Research, num esquema que arquitetou para mascarar a verdadeira saúde financeira da FTX.
Durante as deliberações, o júri ponderou sobre o testemunho de ex-executivos da FTX e da Alameda, como Caroline Ellison e Nishad Singh, que após aceitarem suas culpas, viraram as cartas contra SBF. Eles pintaram um quadro de um Bankman-Fried que os manipulou para cometer crimes financeiros, alegação essa que a defesa insistiu ser um esforço dos condenados para reduzir suas próprias penas.
Apesar de Bankman-Fried e seus defensores argumentarem sua inocência, alegando que as acusações eram impulsionadas por executivos buscando acordos favoráveis com a promotoria, a narrativa não convenceu o júri. Com o veredicto, SBF enfrenta a possibilidade de uma pena que pode ser sinônimo de uma vida atrás das grades, marcando um momento decisivo para a percepção de responsabilidade no universo das criptomoedas.
A expectativa agora se volta para a sentença, marcada para o final de março de 2024, Bankman-Fried poderia passar décadas na prisão (e teoricamente até 115 anos). Em março de 2024 o juiz Lewis Kaplan pronunciará a duração da pena de Bankman-Fried.