Desde que abriu consulta pública sobre seu projeto de adoção do “Euro digital para a União Europeia (UE)”, mais de 11.000 indivíduos e organizações deixaram seus comentários no site da UE, que ainda receberá comentários até o dia 14 de junho.
Fora as sugestões sobre a adoção CBDC, ainda há um questionário de consulta direcionada a coletar informações dos representantes da indústria, autoridades e especialistas sobre aspectos do potencial euro digital como privacidade e proteção de dados, Anti-Money Laundering (AML) e as regras de Combate ao Financiamento do Terrorismo (CFT), o impacto na estabilidade financeira e as necessidades e expectativas dos utilizadores.
Segundo o ponto de vista de Patrick Hansen, defensor de criptomoedas, na rodada de consultas do ano passado sobre o euro digital, a maioria dos entrevistados se manifestou a favor de que os pagamentos sejam um assunto privado. Mesmo assim, o Comissário para a Economia da Comissão Europeia, Paolo Gentiloni, disse que um euro digital completamente anônimo não é desejável.
Em alguns comentários da página mostrou que muitos estão receosos com a adoção de um CBDC pela União Europeia. Em um comentário anônimo, escrito em alemão, apontava que o Euro Digita não impedirá a lavagem dinheiro.
Já existem meios de pagamento digitais! Então, o que é o CBDC para ainda mais vigilância, prevenção de corridas bancárias, vícios e a consequente escravização da humanidade? Isso não impede a lavagem de dinheiro; isso já existe em grande escala para os 10.000 maiores em muitos paraísos fiscais.”, apontava o comentário.
Outro comentário feito em alemão, e sobe nome de Michael Hagmüller, enfatizou também o medo do exagero governamental, que poderia ser viabilizado pela adoção de uma moeda digital única.
Sou contra um euro digital para a UE. Minha preocupação é que as liberdades básicas também possam ser ameaçadas aqui e governos autoritários [teriam] controle total. O exemplo dos critérios de Maastricht mostra que os governos anteriores não seguem as regras e com um euro digital o estado pode fazer o que quiser com seus cidadãos e suprimir qualquer oposição”, escreveu Hagmüller.