A TRON, junto ao seu fundador Justin Sun e a Rainberry, está atualmente engajada em um embate jurídico significativo com a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC). O centro da questão reside na alegação de que a oferta inicial de moedas (ICO) realizada pela TRON foi global, levantando questionamentos sobre a extensão da autoridade regulatória da SEC sobre transações realizadas fora das fronteiras norte-americanas.
A defesa sustenta a visão de que as acusações impostas pela SEC não possuem fundamento substancial, argumentando que os ativos digitais foram disponibilizados primordialmente fora dos Estados Unidos, e, por isso, questiona a aplicabilidade da supervisão global da SEC.
A disputa em questão não apenas desafia as alegações específicas da SEC, mas também destaca uma preocupação mais ampla relacionada às regulamentações vagas que cercam o universo dos ativos digitais. A TRON alega uma carência de diretrizes claras que definam quando um token é considerado um valor mobiliário e como as entidades estrangeiras deveriam se posicionar dentro do marco regulatório, apontando para potenciais riscos à estabilidade do mercado global de ativos digitais.
Este embate legal teve início em março de 2023, quando a SEC acusou a TRON e Justin Sun de realizar vendas ilegais de títulos não registrados através de sua ICO de tokens TRX em 2017. Adicionalmente, a SEC também focou na venda de tokens BTT e atribuiu a Sun a promoção de tokens TRX com o auxílio de celebridades, incluindo Lindsay Lohan, Jake Paul, e Austin Mahone.
Esse caso se insere no contexto de uma ampla repressão regulatória às criptomoedas por parte da SEC, que já contabiliza 46 ações de execução em 2023, marcando o ano com o maior número de ações até então. A ação judicial contra a TRON ressalta a tensão existente entre a inovação proporcionada pelos ativos digitais e a abordagem regulatória tradicional adotada pela SEC, enfatizando a necessidade de regulamentações mais precisas e claras na indústria de criptomoedas.