A empresa de pagamentos de criptomoedas, Strike, revelou planos para expandir sua presença no mercado global, movendo sua sede para El Salvador, país onde o Bitcoin é legalmente aceito. A decisão, anunciada em 19 de maio, visa impulsionar a participação da empresa no mundo cripto, ao mesmo tempo em que busca resistir à crescente pressão regulatória nos Estados Unidos.
Jack Mallers, CEO da Strike, destacou o potencial do aplicativo da empresa durante uma conferência na Bitcoin 2023 em Miami. Segundo Mallers, a simplicidade do aplicativo pode atrair bilhões de pessoas, num mundo onde a criptomoedas é frequentemente encoberta por trocas obscuras e um excesso de opções de moedas.
O aplicativo Strike é suportado pela Bitcoin Lightning Network, uma solução de camada 2 que promove transações mais baratas e rápidas, reforçando ainda mais a visão da empresa para o futuro das transações digitais.
A decisão de migrar para El Salvador, de acordo com Mallers, é impulsionada pela incerteza regulatória e a falta de clareza nos Estados Unidos. “Há dois anos, as pessoas teriam rido de mim se eu tivesse sugerido mudar nossa sede para El Salvador, mas agora, com a Coinbase se debatendo com Gary Gensler, quem está rindo agora?”, desafiou Mallers.
A visão ambiciosa de Mallers é ver a Strike operando em um mercado que atende cerca de 3 bilhões de pessoas. Atualmente, a empresa opera nos Estados Unidos, Argentina e El Salvador. A mudança para El Salvador, onde o Bitcoin é moeda corrente, é vista como um passo significativo nessa direção.
Ao mesmo tempo, Mallers apontou a estratégia Bitcoin-first da Strike como um sinal de resistência em um cenário onde a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA está cada vez mais processando empresas de criptomoedas. A Strike, juntamente com a exchange Bitfinex, foi uma das primeiras empresas de criptomoedas a receber licenças para operar em El Salvador.
Além disso, a empresa tem planos para expandir os laços com os bancos, para permitir a conversão mais fácil de fiat-on e off-ramps em mais países, além de lançar um cartão de débito.
No entanto, a expansão global da Strike vem em meio a um êxodo crescente de empresas de criptomoedas dos Estados Unidos. Gigantes da indústria como Coinbase, Gemini, Galaxy Digital e Ripple também estão considerando mudar operações completas ou parciais para fora da América devido ao ambiente regulatório incerto.