- Efeito Setembro mantém média negativa histórica.
- Mercado influenciado por ajustes de portfólios e fiscais.
- Eleições não agravam tradicionalmente o efeito.
O mês de setembro historicamente é ruim para o mercado de criptomoedas e para o mercado de ações americano.
À medida que setembro se inicia, os mercados financeiros enfrentam o retorno de uma tradição indesejada: o mês historicamente é marcado por desempenhos desfavoráveis nas bolsas de valores, particularmente no S&P 500. Este fenômeno, conhecido como o “Efeito Setembro”, é caracterizado por uma média de retorno negativo, a única negativa mensal registrada desde 1925, atingindo -0,78%, conforme aponta a Fisher Investments.
Ryan Detrick, Estrategista-chefe de Mercado da Carson Group, realça que setembro mantém a má reputação de ser o pior mês para o mercado nos últimos 10, 20 anos e desde 1950. A questão que se impõe é: por que setembro é tão adverso para as bolsas de valores?
Diversas teorias tentam desvendar esse padrão histórico. Uma delas sugere que o aumento nas vendas de títulos no final do verão, momento em que os traders voltam das férias e ajustam seus portfólios, exerce uma pressão descendente sobre os preços das ações. Outra teoria aponta para a preparação dos fundos mútuos para o encerramento de seus anos fiscais em 31 de outubro, período em que tendem a liquidar posições perdedoras para otimização fiscal.
No entanto, algumas abordagens modernas, como a negociação algorítmica e a flexibilidade proporcionada pelos smartphones, têm mitigado parte deste impacto. Além disso, os fundos mútuos frequentemente se preparam antecipadamente para as pressões sazonais, ajustando suas estratégias conforme necessário.
Embora setembro tenha registrado quedas drásticas em anos específicos — como em 1931, durante a Grande Depressão, quando o S&P 500 despencou 29,6%, e em 2008, com a queda de quase 9% decorrente da crise do Lehman Brothers —, os dados mostram que as ações, ao longo do último século, tiveram uma leve tendência de alta em setembro, com ganhos ocorrendo em 51% das ocasiões.
Curiosamente, os anos eleitorais não têm exacerbado a má fama de setembro. Aproximadamente 62,5% dos setembros em anos de eleição presidencial viram avanços no índice, uma estatística que praticamente espelha a média geral do mês.
Por fim, é crucial considerar que as flutuações do mercado são mais frequentemente reflexos das condições econômicas gerais e das expectativas dos investidores, e não meramente de padrões históricos.