A novela entre a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e a Ripple Labs ganhou mais um capítulo emocionante. O regulador entrou com um recurso, em 15 de janeiro, contra a decisão de julho de 2023, da juíza Analisa Torres, que deu uma vitória parcial a Ripple. O movimento recente da SEC reacendeu o debate na comunidade de criptomoedas sobre a classificação do XRP.
A SEC acusou a Ripple de vender XRP como títulos não registrados, violando as leis federais dos EUA. A decisão de julho passado aliviou um pouco a situação da Ripple, mas a SEC, mostrando que não está disposta a ceder, apresentou um recurso ontem, focado principalmente em determinar se as vendas de XRP para investidores de varejo se enquadram ou não como transações de títulos não registrados.
A SEC, utilizando o famoso Teste de Howey como base, argumentou no processo que as ações de marketing e promoção da Ripple criaram nos investidores uma certa expectativa de lucro, o que, segundo o teste, caracterizaria o XRP como um contrato de investimento. Em outras palavras, a SEC acredita que a Ripple vendeu uma promessa de retorno financeiro, o que se encaixaria na definição de um título.
Essa briga já dura um bom tempo e tem gerado muita discussão no mercado de criptomoedas. A classificação do XRP como valor mobiliário ou não tem implicações gigantescas para a Ripple e para todo o ecossistema cripto. Se o XRP for considerado um título, isso significa que ele estará sujeito a uma regulamentação muito mais rigorosa, o que pode impactar a sua adoção e o seu valor. Por outro lado, se a Ripple vencer essa batalha, isso pode abrir um precedente importante para outras criptomoedas.
Vale lembrar que a disputa começou em 2020, quando a SEC acusou a Ripple de comercializar o XRP como um valor mobiliário não registrado. Em 2024, a empresa foi condenada a pagar uma multa de US$ 125 milhões, significativamente menor que os US$ 2 bilhões originalmente exigidos pela comissão.