A empresa de empréstimo de criptomoedas Genesis Global Capital e a exchange cripto Gemini foram acusadas pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos Estados Unidos, nesta quinta-feira (12), pela oferta não registrada e venda de valores mobiliários. A oferta irregular teria sido através do programa “Earn” da Gemini.
“Por meio dessa oferta não registrada, a Genesis e a Gemini arrecadaram bilhões de dólares em criptoativos de centenas de milhares de investidores. As investigações sobre outras violações da lei de valores mobiliários e outras entidades e pessoas relacionadas à suposta má conduta estão em andamento”, disse a SEC em um comunicado.
A denúncia destaca que, em dezembro de 2020, a Genesis, que é subsidiária do Digital Currency Group, fez um acordo com a Gemini para oferecer aos clientes da exchange uma oportunidade de emprestar seus criptoativos à Genesis em troca da empresa de empréstimos pagar os juros.
“A partir de fevereiro de 2021, a Genesis e a Gemini começaram a oferecer o programa Gemini Earn para investidores de varejo, por meio do qual os investidores da Gemini Earn ofereciam seus criptoativos à Genesis, com a Gemini atuando como agente para facilitar a transação. A Gemini deduziu uma taxa de agente, às vezes tão alta quanto 4,29%, dos retornos pagos pela Genesis aos investidores da Gemini Earn. Conforme alegado na denúncia, a Genesis exerceu seu poder discricionário sobre como usar os criptoativos dos investidores para gerar receita e pagar juros aos investidores da Gemini Earn”, ressaltou.
Ainda conforme a denúncia, em novembro de 2022, a Genesis informou que seus investidores da Gemini Earn não poderiam retirar seus criptoativos por falta de ativos líquidos para atender aos pedidos de retirada após a volatilidade no mercado de criptoativos. De acordo com a SEC, na época, a empresa de empréstimos detinha aproximadamente US$ 900 milhões em ativos de investidores de 340.000 investidores da Gemini Earn.
O programa Gemini Earn foi encerrado no início deste mês e os investidores do Gemini Earn ainda não conseguiram sacar seus criptoativos. O presidente da SEC, Gary Gensler, destacou o cumprimento da lei pelas plataformas.
“As cobranças de hoje se baseiam em ações anteriores para deixar claro ao mercado e ao público investidor que as plataformas de empréstimo de criptomoedas e outros intermediários precisam cumprir nossas leis de valores mobiliários testadas pelo tempo. Fazer isso protege melhor os investidores. Promove a confiança nos mercados. Não é opcional. É a lei”, disse em nota.
We @SECGov charged Genesis & Gemini for the unregistered offer & sale of crypto asset securities through Gemini Earn.
Crypto intermediaries need to comply with our securities laws. This protects investors. It promotes trust in markets. It’s not optional. It’s the law.
— Gary Gensler (@GaryGensler) January 12, 2023
O Financial Times informou, nesta quinta-feira (12), que a corretora de cripto Genesis Global Trading, que tem como proprietária a Digital Currency Group (DCG), tem uma dívida com seus credores superior a US$ 3 bilhões.
De acordo com a publicação, pessoas familiarizadas com o assunto informaram que a DCG buscará vender ativos de seu portfólio de empreendimentos para conseguir juntar dinheiro.
Vale lembrar que o advogado John Deaton fez previsões para 2023. Duas delas chamam atenção. A primeira é que ele afirmou que uma bolsa ou talvez mais de uma será processada pela venda de títulos não registrados. A segunda é que o atual chefe da Comissão de Valores Mobiliários (SEC), Gary Gensler, vai renunciar ao cargo antes do fim deste ano.