O cenário regulatório para criptomoedas na Rússia continua a se desenhar com contornos cada vez mais nítidos. Após a legalização da mineração de criptomoedas pelo presidente russo, Vladimir Putin, em agosto, o país agora avança com novas medidas para alinhar essa atividade às demandas energéticas nacionais. As novidades incluem proibições definitivas e restrições sazonais que deverão entrar em vigor já no início de 2025, gerando debates e incertezas no mercado.
De acordo com a TASS, principal agência de notícias estatal russa, o país planeja implementar uma proibição de seis anos na mineração de criptomoedas em dez regiões específicas. A medida, com vigência de 1º de janeiro de 2025 a 15 de março de 2031, abrangerá áreas como Daguestão, Inguchétia, Kabardino-Balkaria, Karachay-Cherkessia, Ossétia do Norte, Chechênia, além das regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson. Essa decisão representa um golpe para a atividade de mineração nessas localidades, forçando mineradores a realocarem suas operações ou encerrarem suas atividades.
Além das proibições totais, o governo russo também implementará restrições sazonais em outras regiões, como Irkutsk, Buryatia e o Território Trans-Baikal. Nessas áreas, as operações de mineração serão pausadas de 1º de janeiro a 15 de março de 2025, e posteriormente, de 15 de novembro a 15 de março nos anos seguintes. Essa abordagem busca mitigar o consumo de energia durante os períodos de pico, garantindo o abastecimento para outras necessidades.
Vale ressaltar que a lista de regiões sujeitas a proibições e restrições não é definitiva. O governo russo sinaliza que poderá haver ajustes com base em decisões do comitê jurídico responsável pelo desenvolvimento do setor de energia. A prioridade, segundo as autoridades, é manter um consumo de energia equilibrado em todo o país. Essa flexibilidade, no entanto, adiciona um elemento de incerteza para os mineradores, que precisam lidar com um cenário regulatório em constante evolução.
Atualmente, a Rússia é o segundo maior centro de mineração de criptomoedas à nível global ficando atrás somente dos Estados Unidos. O país é responsável por consumir 16 bilhões de quilowatts-hora por ano para as atividades de mineração, o que equivale a um percentual de aproximadamente 1,5% do total de uso de eletricidade, segundo os dados do Ministério da Energia.