Chris Larsen, cofundador da Ripple, está financiando uma campanha ambiental para mudar o código do Bitcoin, junto a um consórcio de grupos ambientalistas. Haverá uma campanha de anúncios nos principais jornais para convencer mineradores, desenvolvedores de software e outros a abandonar o mecanismo de consenso de “prova de trabalho” da rede.
Porém, ao contrário do que se imagina a princípio, a medida não visa a destruição do Bitcoin, mas vê-lo mudar para um modelo de segurança menos intensivo em energia. O ex-diretor do Sierra Club, Michael Brune, que está assessorando a campanha, afirmou que o Bitcoin está contribuindo muito para o aquecimento global.
É importante para qualquer pessoa em posição de agir, agir. Você não pode ignorar que estamos em uma emergência climática”, afirmou Brune, ao Wall Street Journal.
A prova de trabalho de Bitcoin exige que os usuários da rede compitam na resolução de um problema matemático altamente difícil para obter permissão para criar o próximo bloco. O vencedor é recompensado com Bitcoin recém-criado, bem como receitas das taxas de transação recentes da rede.
Para resolver o problema mais rapidamente, os mineradores devem gastar mais energia computacional do que seus concorrentes. O objetivo então é tornar o mecanismo oneroso para os usuários, propondo um bloqueio em primeiro lugar, incentivando-os a propor bloqueios de acordo com as regras da rede.
A natureza dessa competição estimulou o crescimento de fazendas de mineração de Bitcoin em todo o mundo. Essas fazendas, conjuntos de computadores construídos especificamente para mineração de Bitcoin, consomem cumulativamente 136,79 terawatts-hora de eletricidade por ano, mais do que todo o consumo anual da Noruega, por exemplo.
Pensando nos danos ao meio-ambiente, o cofundador da Ripple escreveu um artigo ainda no ano passado defendendo que o Bitcoin mudasse para um método de validação de energia mais baixa. Agora, ele prometeu US$ 5 milhões para a nova campanha contra a mineração de Bitcoin, somando-se aos quase US$ 90 milhões que ele doou para outras causas ambientais.
A campanha será conduzida pelo Greenpeace USA e outros para colocar anúncios em publicações nos principais jornais para chamar a atenção para o impacto ambiental do Bitcoin.