Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), comentou recentemente, diante do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara sobre o estado da economia e da política monetária, após as várias sanções impostas à Rússia durante seu conflito com a Ucrânia. Powell disse que o conflito “ressalta” a necessidade de regulamentação de criptomoedas, que ele defende há já alguns meses.
Durante a última quarta-feira (02), Powell foi questionado se a Rússia poderia usar criptomoedas para contornar a série de sanções recentemente impostas ao país. Após o anúncio de “operações militares especiais” na Ucrânia, as nações ocidentais tomaram medidas importantes para dificultar a economia da Rússia por meio de uma guerra comercial, incluindo “blocos de exportação de tecnologia” dos EUA para a Rússia, juntamente com um corte maciço de bancos russos da SWIFT.
[O conflito Ucrânia e Rússia] ressaltou a necessidade de ação do Congresso sobre finanças digitais, incluindo criptomoedas. Temos essa indústria florescente que tem muitas partes, e não existe o tipo de estrutura regulatória que precisa existir”, apontou o presidente do Fed.
Como as criptomoedas, como o Bitcoin, por exemplo, permitem transações internacionais, é difícil para os governos impor restrições comerciais. Aliados ocidentais já estão levantando preocupações sobre como os russos podem tirar vantagem dos tokens durante o conflito, incluindo a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.
O presidente do Federal Reserve também mencionou que as criptomoedas podem ser exploradas por hackers que podem fazer terrorismo digital, ressaltando ainda mais a necessidade de regulamentação adequada. Powell não tem a intenção de banir criptomoedas, como fez a China, no entanto, ele e os legisladores reconhecem os riscos de lavagem de dinheiro apresentados por ativos digitais, principalmente pelas stablecoins, segundo ele.
Em meio a guerra na Ucrânia, muitos agentes políticos voltaram suas atenções aos setor criptográfico, pedindo que as corretoras de criptomoedas congelem as contas ligadas a usuários russos, ou até mesmo como a ex-primeira-dama dos EUA, Hillary Clinton, que se disse decepcionada após a exchanges de criptomoedas não vetarem a movimentação das contas dos russos.