A presidente do Banco Central da Europa (BCE), Christine Lagarde, pediu à União Europeia que fortaleça os regulamentos de criptomoedas porque isso pode fazer com que impeça a Rússia de evitar sanções monetárias, após iniciar o conflito militar e invadir a Ucrânia.
Essa é mais uma das várias vezes que o Banco Central da Europa pediu a regulamentação abrangente sobre o setor de ativos digitais. A invasão da Ucrânia pela Rússia e as seguintes sanções financeiras, que muitas nações impuseram ao maior país territorial do planeta, é outra razão pela qual o setor precisa de supervisão, segundo Lagarde.
Para ela, uma regulamentação justa é criticamente importante e o Parlamento Europeu deve agir o mais rápido possível, caso contrário, a Rússia poderá usar as criptomoedas para contornar os bloqueios monetários.
Sempre existem maneiras criminosas de contornar uma proibição, e é por isso que é tão importante que o MiCA seja aprovado o mais rápido possível, para que tenhamos uma estrutura regulatória”, afirmou a presidente do BCE.
O MiCA, citado por Legarde, é uma legislação para Mercados em Criptoativos, que tem sido planejado há vários meses. Ele terá como objetivo regular todas as moedas digitais não cobertas pelos regulamentos existentes e se concentrará em três categorias: tokens referenciados a ativos, tokens de dinheiro eletrônico e outros ativos criptográficos.
Outros membros da União Europeia, como Itália, Alemanha e Espanha, também pediram a implementação de uma supervisão melhor ao setor, tendo como preocupação que os criminosos possam usar a classe de ativos em operações de lavagem de dinheiro.
Além de Legarde, outro funcionário importante do Banco Central da Europa que defende leis mais fortes para a indústria de ativos digitais é François Villeroy de Galhau, attual chefe do Banco Central francês que já declarou que a soberania monetária da Europa e o papel internacional do Euro seriam colocados em risco se a situação no espaço cripto permanecer do jeito que está.
Seja moedas digitais ou pagamentos, nós, na Europa, devemos estar prontos para agir o mais rápido possível ou correr o risco de uma erosão de nossa soberania monetária”, apontou Galhau, no verão passado.