- Bitcoin é visto como concorrente do ouro, não do dólar.
- Fed monitora criptos, mas não as regula diretamente.
- Powell proibido de possuir criptomoedas devido a seu cargo.
Na recente conferência no New York Times DealBook Summit, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, abordou a posição do Bitcoin no cenário econômico atual, comparando-o mais ao ouro do que ao dólar americano. Segundo Powell, o Bitcoin é utilizado predominantemente como um ativo especulativo. “É como ouro, é exatamente como ouro — só que é virtual, é digital”, afirmou. Essa natureza virtual e digital diferencia o Bitcoin do ouro tradicional, mas ambos servem a propósitos similares em termos de investimento especulativo.
Powell salientou que o Bitcoin não está sendo adotado como forma de pagamento ou reserva de valor devido à sua alta volatilidade. “Não é um concorrente do dólar; é realmente um concorrente do ouro”, enfatizou ele, descartando a noção de que a criptomoeda poderia desafiar diretamente a moeda fiduciária americana.
A discussão se estendeu para o papel do Federal Reserve em relação às criptomoedas. Powell esclareceu que a responsabilidade do Fed é monitorar como os ativos digitais interagem com o sistema bancário tradicional, mas destacou que o banco central não possui um papel regulatório direto sobre esses ativos.
Durante o evento, ao ser questionado sobre sua própria participação no mercado de criptos, Powell revelou que sua posição no Fed impede que ele detenha qualquer criptomoeda.
Além do foco em criptomoedas, Powell também comentou sobre a saúde geral da economia americana, expressando otimismo ao descrevê-la como estando em “ótima forma agora”. Ele observou, porém, que o crescimento econômico tem sido mais robusto do que o antecipado e que a inflação tem sido ligeiramente mais elevada do que as previsões iniciais.
No contexto da política monetária, Powell indicou que o Fed poderia manter uma postura cautelosa quanto a ajustes na taxa de juros, considerando a robustez do mercado de trabalho e a mitigação de riscos econômicos. Segundo a ferramenta CME FedWatch, há uma expectativa de 75% para um corte de 25 pontos-base na próxima reunião do Fed, em 18 de dezembro.