A Organização das Nações Unidas (ONU) fez uma forte acusação nesta segunda-feira (07), ao apontar que a Coreia do Norte roubou criptomoedas no valor de milhões de dólares e direcionou os token para financiar experimentos nucleares e de mísseis balísticos.
O relatório da ONU, divulgado pela Reuters, afirma que hackers norte-coreanos realizaram vários ataques contra três corretoras de criptomoedas, pelo menos, entre 2020 e metade de 2021, roubando cerca de US$ 50 milhões em ativos digitais.
A empresa de análise Chainalysis afirmou no mês passado que os hackers desviaram mais de US$ 400 milhões só em 2021 e que os criminosos visavam principalmente empresas de investimento e corretoras centralizadas com várias táticas, incluindo malware, phishing e engenharia social.
Dos roubos, o Bitcoin representou aproximadamente 20% dos fundos extorquidos, enquanto o Ether teve mais da metade do saque total com 58% das perdas. Os 22% restantes abarcavam outras altcoins e tokens ERC-20.
A ONU apontou que a Coreia do Norte realizou nove experimentos com mísseis balísticos somente em janeiro, o maior número de testes na história bélica do país realizados em um único mês. O órgão internacional ainda apontou que os ativos digitais roubados financiaram esses programas.
O Conselho de Segurança da ONU já pediu para que a Coreia do Norte cesse seus experimentos nucleares e balísticos inúmeras vezes e, mesmo com sanções internacionais e avisos, o país continuou a desenvolver sua infraestrutura nuclear e de mísseis.
“A Coreia do Norte demonstrou maiores capacidades para implantação rápida, ampla mobilidade (incluindo no mar) e maior resiliência de suas forças de mísseis”, apontava o relatório.
A acusação da ONU surge em um momento em que um conflito entre a Rússia e a Ucrânia se intensifica e surgem rumores de que a Coreia do Norte segue avançando com seus programas de mísseis, agora envolvendo a tecnologia blockchain, que outrora foi tida pelo Centro de Estudos de Ciência e Segurança (CSSS) como uma tecnologia capaz de aumentar a confiança entre as nações e até mesmo desmantelar ogivas nucleares.