- Expectativa de corte das taxas pelo Fed em setembro.
- Estabilidade recente nos índices de inflação favorece cortes.
- Decisão do Fed aguardada com dados de julho e agosto.
Com a aproximação da reunião do Federal Reserve programada para os dias 30 e 31 de julho de 2024, o mercado financeiro permanece atento às possíveis direções que a política monetária americana poderá tomar. Segundo observações recentes, uma série de indicadores inflacionários sugere que um corte nas taxas de juros pode estar mais próximo do que se espera.
A recente divulgação do Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) revelou um incremento anual de 2,6% em junho, estabilizando-se no mesmo patamar observado em maio e mostrando uma leve queda em relação aos 2,8% de abril. Mais notável ainda foi a queda da inflação anualizada medida em três meses, que recuou de 2,9% para 2,3%. Este comportamento dos preços reforça a possibilidade de relaxamento das políticas monetárias em breve.
Além do PCE, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também apresentou sinais de moderação, com o núcleo do índice aumentando 3,3% em relação ao ano anterior, uma diminuição progressiva desde abril. Estes dados fornecem ao Fed um panorama mais confortável para considerar uma redução das taxas de juros, conforme destacado por Luke Tilley, economista-chefe do Wilmington Trust: “O Fed dirá que os dados econômicos recentes, especialmente os dados de inflação, deram a eles a confiança de que a inflação provavelmente retornará à meta e que reduzir as taxas seria apropriado em breve”.
Ainda há quem defenda uma ação imediata por parte do Fed, como Tilley, que questiona: “Porque esperar?”. Ele argumenta que não há dados econômicos que justifiquem a manutenção das taxas e aponta o potencial susto que isso poderia causar ao mercado como única razão para a postergação. Previsões indicam um possível corte já em setembro, seguido por outro em dezembro, e uma sequência de reduções em 2025.
Os traders, por outro lado, permanecem céticos quanto a uma movimentação imediata do Fed, atribuindo somente 5% de chance para um corte na reunião atual, enquanto a probabilidade para setembro é significativamente mais alta. Jan Hatzius, do Goldman Sachs, também apoia a ideia de cortes antecipados, destacando os riscos de uma reaceleração temporária da inflação que poderia complicar justificativas futuras.
George, um analista de mercado, acrescenta cautela ao prever que o Fed enfatizará setembro como o momento provável para os cortes, embora precise de mais dados para comprometer-se definitivamente. Ele sugere que o Fed aguardará os dados de julho e agosto antes de tomar uma decisão final.