- Canadá amplia regulação de criptoativos para conter crimes financeiros.
- Protestos de caminhoneiros: congelamento de doações em criptomoedas.
- Vancouver estuda criação de reserva estratégica em Bitcoin.
Chrystia Freeland, vice-primeira-ministra e ministra de Finanças do Canadá, anunciou sua renúncia ao cargo após desentendimentos sobre políticas econômicas com o primeiro-ministro Justin Trudeau. Em uma publicação feita no dia 16 de dezembro, Freeland afirmou que sua decisão veio após ser oferecida uma nova posição no governo. Apesar da mudança, Freeland continuará atuando como membro do Parlamento.
See my letter to the Prime Minister below // Veuillez trouver ma lettre au Premier ministre ci-dessous pic.twitter.com/NMMMcXUh7A
— Chrystia Freeland (@cafreeland) December 16, 2024
A ex-ministra destacou que os desentendimentos se intensificaram devido às possíveis tarifas que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça impor ao Canadá. “Precisamos levar essa ameaça extremamente a sério”, declarou Freeland, enfatizando a necessidade de evitar estratégias políticas que possam minar a confiança dos canadenses na seriedade do governo em lidar com esses desafios econômicos.
Em novembro, Trump afirmou que pretende impor tarifas de 25% sobre importações canadenses, o que pode desencadear uma guerra comercial entre os países. Em resposta, Trudeau visitou Trump em sua residência na Flórida, descrevendo a reunião como um “diálogo produtivo”.
Chrystia Freeland esteve no centro de diversas decisões polêmicas envolvendo criptomoedas no Canadá. Durante os protestos dos caminhoneiros em 2022, quando manifestantes bloquearam ruas de Ottawa em protesto contra as restrições da COVID-19, o governo canadense utilizou a Lei de Emergências para congelar contas bancárias e monitorar transações financeiras, incluindo aquelas feitas com criptoativos. Freeland defendeu as ações, alegando que eram necessárias para preservar a ordem pública e a segurança financeira.
A comunidade de criptomoedas criticou duramente a decisão, classificando-a como um excesso de autoridade sobre os bens financeiros dos cidadãos. Na ocasião, o governo também expandiu as leis contra lavagem de dinheiro para incluir plataformas de financiamento coletivo e provedores de serviços de pagamento, cobrindo todas as formas de transação, incluindo criptoativos.
A medida gerou um debate acalorado sobre a liberdade financeira e a soberania individual no uso de criptomoedas, colocando o Canadá sob os holofotes globais em relação ao uso governamental dessas tecnologias.
Apesar das polêmicas, o Canadá também demonstrou interesse em integrar criptomoedas em sua infraestrutura econômica. A cidade de Vancouver recentemente aprovou uma moção para explorar a criação de uma reserva de Bitcoin, inspirando-se em iniciativas semelhantes nos Estados Unidos. Essa decisão reflete o crescimento das criptomoedas como alternativas estratégicas, mesmo em um contexto de regulamentações rigorosas.
Além disso, líderes políticos canadenses como Pierre Poilievre, do Partido Conservador, já defenderam o uso de criptoativos como alternativa ao sistema financeiro tradicional, promovendo maior liberdade e descentralização econômica. No entanto, a volatilidade dos preços e os escândalos recentes, como o colapso da FTX, têm alimentado as críticas e dúvidas sobre o papel das criptomoedas no futuro econômico do Canadá.
Freeland, por outro lado, manteve uma postura crítica sobre o uso generalizado de criptomoedas, apontando que elas não oferecem um abrigo eficaz contra a inflação e podem ser utilizadas para fins ilícitos.