- Proposta do FMI visa reduzir emissões de CO2.
- Mineradores destacam uso de energia renovável.
- Debate sobre eficácia de políticas fiscais ambientais.
Recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) propôs um aumento significativo de impostos sobre a energia consumida pelos mineradores de criptomoedas, alegando preocupações ambientais. A sugestão é de um imposto adicional que poderia chegar a US$ 0,089 por quilowatt-hora, considerando os custos da poluição do ar local, representando um acréscimo de 85% no custo atual da eletricidade para o setor.
Essa iniciativa do FMI tem como objetivo incentivar práticas mais sustentáveis e eficientes na mineração de criptomoedas, visando uma redução nas emissões de CO2. Segundo o relatório, a implementação dessa taxa poderia gerar uma receita global de US$ 5,2 bilhões e diminuir as emissões anuais em até 100 milhões de toneladas.
No entanto, a resposta da comunidade de criptomoedas foi majoritariamente crítica. Líderes do setor apontaram que o relatório do FMI não reconhece adequadamente os esforços já realizados para incorporar fontes de energia renováveis. “O relatório não captura parte do progresso feito para garantir fontes de energia sustentáveis”, comentaram, destacando que até 52% da energia utilizada na mineração de Bitcoin provém de fontes renováveis.
A discrepância nos dados é um ponto de controvérsia. Enquanto o FMI estima que a mineração de criptomoedas será responsável por 0,7% das emissões globais de carbono até 2027, o Bitcoin Mining Council argumenta que o setor atualmente consome apenas 0,2% da energia mundial, com uma pegada de carbono de 0,135%.
Os defensores da mineração de criptomoedas enfatizam também o papel da indústria em balancear redes elétricas, utilizando o excesso de energia que de outra forma seria desperdiçada. Essa prática, conhecida como aproveitamento de energia encalhada, é vista como uma forma de otimizar recursos energéticos sem impacto adicional significativo ao meio ambiente.
Além disso, críticos da proposta do FMI também argumentam que os data centers de inteligência artificial (IA) enfrentam uma taxa de imposto menor, apesar de consumirem quantidades significativas de energia. Em 2022, a mineração de criptomoedas e os data centers de IA juntos consumiram 2% da eletricidade global, um número que se espera que cresça nos próximos anos.
Essa discussão levanta questões mais amplas sobre a equidade e eficácia das políticas fiscais voltadas para a sustentabilidade energética, especialmente em indústrias tecnologicamente avançadas e em rápida expansão como a de criptomoedas.