- Microsoft decide sobre investimento em Bitcoin hoje.
- Conselho foca em inteligência artificial, não em criptomoedas.
- Investimento pode mudar o papel do Bitcoin no mercado corporativo.
Nesta terça-feira, 10 de dezembro, a Microsoft realiza uma reunião crucial com seus acionistas para decidir sobre uma proposta de alocar 1% de suas reservas financeiras em Bitcoin. A proposta, apresentada pelo National Center for Public Policy Research (NCPPR), busca explorar o Bitcoin como uma possível proteção contra a inflação, uma estratégia que poderia transformar a relação de grandes corporações com criptomoedas.
No momento da publicação, o preço do Bitcoin estava cotado em US$ 95.582,65 com queda de 3% nas últimas 24 horas.
Apesar do impacto potencial, o conselho da Microsoft recomendou que os acionistas rejeitem a proposta. Em um comunicado recente, o conselho enfatizou que a empresa já avalia uma ampla gama de ativos financeiros, incluindo o Bitcoin, e apontou que sua prioridade atual é o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial (IA). Desde 2019, a Microsoft comprometeu mais de US$ 13 bilhões em IA, consolidando parcerias estratégicas, como a com a OpenAI.
Os acionistas da Microsoft incluem investidores institucionais como Vanguard Group, BlackRock e State Street, que juntos controlam 70% das ações. Este perfil institucional, tradicionalmente mais conservador, deve influenciar a decisão, considerando a volatilidade do Bitcoin e a visão de longo prazo que norteia seus investimentos.
Os investidores de varejo, que detêm cerca de 23,5% das ações, podem ter opiniões mais diversificadas. Alguns enxergam o Bitcoin como uma proteção contra a inflação e um ativo de alta valorização. Já os executivos e membros do conselho, que detêm 6% das ações, mantêm uma posição mais cética, alinhando-se às recomendações do conselho.
Caso aprovada, a proposta posicionaria a Microsoft entre as maiores corporações detentoras de Bitcoin, ao lado de empresas como MicroStrategy e Tesla. A Microsoft possui cerca de US$ 78 bilhões em caixa e equivalentes. Um investimento de 1% representaria aproximadamente US$ 780 milhões, colocando a empresa como a décima maior detentora corporativa de Bitcoin.
O Bitcoin recentemente ultrapassou os US$ 100.000, impulsionado por maior adoção institucional e regulamentações favoráveis. A decisão de hoje, embora improvável de aprovação, pode abrir precedentes importantes, incentivando outras empresas a considerarem o ativo digital em suas estratégias financeiras.
O mercado acompanha com atenção o desfecho dessa votação. Embora a aprovação seja considerada improvável, a proposta lança luz sobre o crescente papel do Bitcoin no mercado corporativo. Se rejeitada, a Microsoft continuará priorizando sua estratégia em inteligência artificial, mas o debate sobre criptomoedas entre grandes corporações segue em alta.