O Lazarus Group, um coletivo de hackers da Coreia do Norte, realizou recentemente uma movimentação substancial de Bitcoin, transferindo US$ 1,2 milhão. Esta ação marca a maior transação do grupo em mais de um mês, segundo análises da empresa especializada em blockchain, Arkham. A transação consistiu em duas partes separadas, totalizando 27.371 bitcoins, seguidas por uma transferência adicional de 3,34 bitcoins para uma carteira previamente associada ao grupo. Este movimento levantou preocupações na comunidade criptográfica, dada a notória história do Grupo Lazarus no universo das criptomoedas.
Um elemento central desta atividade foi o uso de um misturador de moedas, uma ferramenta blockchain projetada para ocultar a propriedade de criptomoedas. Misturadores como estes se utilizam para embaralhar moedas de diferentes usuários, complicando o rastreamento dos proprietários originais dos fundos. Enquanto o blockchain é conhecido por sua transparência, misturadores de moedas criam um véu de anonimato. Este é um aspecto particularmente alarmante quando empregado por entidades como o Lazarus Group, notório por seu envolvimento em roubos de criptomoedas.
Grupo tem histórico notório em roubos e explorações de criptomoedas
O Lazarus Group tem sido um protagonista em diversos roubos e explorações de criptomoedas. As estimativas apontam para um total de cerca de US$ 3 bilhões nos últimos três anos, conforme um relatório da empresa de segurança cibernética Recorded Future. O Departamento do Tesouro dos EUA os ligou a um roubo significativo de US$ 600 milhões da ponte Ronin, ligada ao jogo Axie Infinity. Além disso, análises da TRM Labs indicam que hackers norte-coreanos, incluindo o Lazarus Group, foram responsáveis por um terço de todas as explorações de criptomoedas em 2023, somando aproximadamente 600 milhões de dólares.
No momento, a carteira do Lazarus Group contém cerca de US$ 79 milhões, incluindo US$ 73 milhões em Bitcoin e US$ 3,4 milhões em Ether, segundo informações da Arkham. O modus operandi do grupo foi recentemente observado no ataque à Orbit, resultando em uma perda de US$ 81 milhões. Taylor Monahan, desenvolvedor da Metamask, notou semelhanças entre esse ataque e atividades anteriores atribuídas ao grupo.
Este conjunto de eventos sublinha os desafios e riscos contínuos no cenário das criptomoedas. Assim, destacando a necessidade de segurança reforçada e vigilância constante para combater as atividades de grupos de hackers sofisticados como o Lazarus Group. A comunidade criptográfica e os órgãos reguladores estão em busca de soluções para fortalecer a segurança e melhorar a rastreabilidade no ambiente volátil das moedas digitais.