Uma recente pesquisa do JPMorgan lança luz sobre a cautela ainda predominante entre os traders institucionais. O estudo, que contou com a participação de mais de 4.000 traders institucionais de todo o mundo, aponta que uma grande maioria, 78%, não tem planos de mergulhar no comércio de criptomoedas nos próximos cinco anos. Este dado sugere uma visão ainda reticente sobre o setor, que tem enfrentado altos e baixos significativos nos últimos anos.
Interessantemente, apenas um pequeno grupo de participantes vê a tecnologia blockchain e a razão distribuída (DLT) como o farol para o futuro das negociações nos próximos três anos. Este contraste marca uma mudança de perspectiva em relação aos anos anteriores, onde a expectativa em torno do blockchain era mais alta. A pesquisa revela uma inclinação crescente para a inteligência artificial (IA) e o aprendizado de máquina, com 61% dos entrevistados apostando nessas tecnologias como as mais influentes para o futuro próximo, um aumento em relação aos 53% do ano passado.
O declínio no entusiasmo pelo blockchain não surpreende, considerando os desafios enfrentados pelo setor de criptomoedas, inclusive um rigoroso inverno cripto que seguiu o boom de 2021. Apesar disso, o estudo mostra um leve otimismo, com 9% dos traders atualmente negociando criptomoedas, um pequeno aumento em relação a 8% em 2023, e 12% considerando entrar no mercado nos próximos cinco anos.
Este renovado interesse pode estar ligado à entrada de grandes players financeiros e à aprovação de ETFs de bitcoin à vista nos EUA, eventos que marcaram um ponto de inflexão para o setor. A aprovação de empresas como BlackRock, Fidelity e WisdomTree para operar ETFs de bitcoin e o subsequente aumento de quase 95% no preço do BTC nos últimos doze meses, segundo dados do TradingView, sinalizam uma potencial recuperação do mercado.
Contudo, apesar da participação ativa do JPMorgan no setor de ativos digitais, seu CEO, Jamie Dimon, mantém uma posição crítica, referindo-se ao bitcoin como uma “pedra de estimação” sem utilidade. Além disso, a pesquisa destacou a inflação, as eleições nos EUA e o risco de recessão como principais fatores que podem influenciar o mercado financeiro mais amplo este ano.