O Japão quer alterar sua Lei de Câmbio e Comércio Exterior para colocar as exchanges de criptomoedas sob a alçada das leis que regem os bancos, de acordo com um funcionário do governo nesta segunda-feira (28). A emenda está sendo realizada para evitar que países sancionados tomem ações evasivas usando as criptomoedas.
Durante entrevista coletiva, o secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, afirmou que o governo planeja apresentar um projeto de lei para revisar as leis cambiais para incluir corretoras de criptomoedas.
Fumio Kishida, o recém-eleito primeiro-ministro do país, também apoiou a proposta de revisão e pediu movimentos coordenados com aliados ocidentais para fazer cumprir as novas leis.
De acordo com as leis cambiais, as corretoras de criptomoedas, assim como os bancos, serão obrigados a verificar e sinalizar transações associadas a indivíduos ou grupos russos que estão sob sanções econômicas de diversos países. Assim como a maioria de seus aliados ocidentais, o Japão conduziu várias sanções financeiras contra a Rússia após o início do conflito com a Ucrânia. No início deste mês, o órgão regulador financeiro do país nipônico também pediu às exchanges de criptomoedas que se abstivessem de permitir transações para usuários sancionados.
Contudo, uma emenda parlamentar à lei tornaria uma compulsão legal para as corretoras de criptomoedas bloquearem transações para várias autoridades russas sancionadas, oligarcas, bancos e outras instituições.
O motivo da preocupação com a possibilidade de a Rússia tentar evitar sanções usando criptomoedas surge após o aumento de interesse do país no mercado de criptomoedas e comentários recentes feitos por ministros do país.
As sanções financeiras à Rússia a forçaram a diversos cidadãos russos procurar sistemas e métodos alternativos de pagamento para acessar o mercado de comércio internacional. Embora as especulações sobre o possível uso de ativos digitais para evitar sanções comerciais tenham sido um dos tópicos mais discutidos, especialistas rejeitaram tais preocupações, classificando como “totalmente infundadas”.