A revelação de dados econômicos importantes dos estados unidos, o ambiente financeiro geralmente oscila em antecipação de que as taxas de juros podem permanecer por mais tempo. No momento da publicação, o S&P 500 estava cotado em 5,168.81 pontos, com queda de quase 1%.
E, nesta quarta-feira, não foi diferente, quando o Bureau of Labor Statistics dos EUA apresentou números que superaram as expectativas do mercado em relação à inflação de março. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou um aumento de 0,4% no mês e um avanço de 3,5% no comparativo anual, mostrando uma aceleração em relação ao incremento anual de 3,2% observado em fevereiro. Este desempenho igualou o aumento mensal de fevereiro, superando as previsões de especialistas que, segundo a Bloomberg, apostavam em um crescimento mensal de 0,3% e anual de 3,4%.
A situação se complica quando se pensa nos próximos passos da Reserva Federal (Fed) em relação às taxas de juro. O órgão tem como meta reduzir a inflação para 2%, mas as autoridades do Fed já sinalizaram que o caminho até lá será “acidentado”. Este cenário modifica as expectativas do mercado, que agora prevê menos cortes nas taxas de juro do que anteriormente estimado.
No detalhe, os preços básicos, que excluem itens voláteis como alimentos e gás, também apresentaram crescimento de 0,4% em relação ao mês anterior e de 3,8% no comparativo anual, números que refletem uma tendência de alta e que também excederam as projeções.
Esses indicadores tiveram um impacto direto nos mercados, provocando um aumento significativo no rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos, que ultrapassou a marca de 4,5% pela primeira vez no ano.
Comentários de especialistas como Seema Shah, da Principal Asset Management, e Ryan Sweet, da Oxford Economics, enfatizam a importância destes dados para as futuras decisões de política monetária do Fed. Shah aponta para a possibilidade de que cortes na taxa de juros agora sejam menos prováveis, enquanto Sweet vê espaço para a Fed manter uma abordagem mais cautelosa, possivelmente adiando cortes para depois de junho.
Apesar do aumento nos índices gerais, alguns economistas, como Greg Daco da EY, recomendam paciência, observando que ainda há indicadores de desinflação no horizonte, embora o caminho seja gradual.
Entre os componentes específicos da inflação, destaca-se o índice de abrigo, que continua a exercer uma pressão significativa sobre a inflação geral, e os preços da energia, que também contribuíram para o aumento, com o gás natural liderando este avanço.