A Índia, em uma manobra regulatória significativa, intensificou seu escrutínio sobre as principais exchanges de criptomoedas, incluindo gigantes globais como Binance e Huobi. Este desenvolvimento é uma consequência direta da aplicação do quadro ABC-CFT (Anti-Branqueamento de Capitais e Contra-Financiamento do Terrorismo) pela Unidade de Inteligência Financeira (FIU) da Índia. Em março de 2023, essa estrutura regulatória ganhou extensão para incluir provedores de serviços de ativos digitais virtuais offshore (VDA SPs). Assim, impactando significativamente a dinâmica do mercado de criptomoedas na Índia.
As recentes ações da UIF colocaram nove dessas entidades, todas operando sem registro conforme exigido pela Lei de Prevenção de Lavagem de Dinheiro (PMLA), sob um microscópio regulatório. Estas exchanges, que possuem uma base de usuários substancial na Índia, foram notificadas para explicar seu não cumprimento das normas estabelecidas. Em caso de resposta insatisfatória, a UIF pode tomar medidas drásticas, incluindo o bloqueio de acesso a esses sites na Índia. Isso afetaria consideravelmente sua base de usuários no país.
Legislação da PMLA central para controle de criptomoedas
O relacionamento da Índia com as criptomoedas e exchanges, como a Binance, se tornou complexo e evolutivo. Houve momentos de rejeição total, como evidenciado pela proibição imposta pelo Reserve Bank of India (RBI) em 2018 a transações bancárias com entidades de criptomoedas. Essa proibição sofreu revogação pelo Supremo Tribunal em 2020, mas deixou um legado de ambiguidade regulatória. Recentemente, na cimeira do G-20, a Índia demonstrou uma inclinação para uma regulamentação mais sofisticada no setor de criptomoedas, buscando alinhar-se com padrões globais.
O país está atualmente desenvolvendo um quadro legislativo de cinco pontos para a criptografia, influenciado pelas recomendações de organizações como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Financial Stability Board (FSB). Isso indica uma tendência para uma regulamentação mais estruturada e talvez mais permissiva, onde as exchanges de criptomoedas operariam sob diretrizes claras.
Além disso, o Ministério das Finanças da Índia determinou em março que as empresas de criptomoedas deveriam se registrar na UIF e aderir a procedimentos sob o PMLA. Isso inclui a implementação de processos de verificação de identidade, como o Conheça Seu Cliente (KYC). A UIF enfatizou que a obrigação de registro depende da atividade das empresas, e não de sua presença física na Índia.
Esta situação recente evidencia um esforço da Índia para equilibrar a inovação no setor de criptomoedas com a necessidade de segurança regulatória. A decisão de regular firmemente as exchanges estrangeiras reflete um compromisso com a proteção contra atividades ilícitas. Ao mesmo tempo, ainda se mantém aberta ao potencial econômico e tecnológico das criptomoedas.