FMI vê CBDCs como potencial para o futuro do sistema financeiro.
Em uma recente participação no Festival Fintech de Cingapura, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou o potencial transformador das moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) para o futuro. Seu discurso ressoou com as ideias anteriormente apresentadas por Christine Lagarde, sua antecessora, apontando para um futuro onde as CBDCs podem desempenhar um papel crucial no sistema financeiro global.
Georgieva enfatizou a importância de os formuladores de políticas permanecerem abertos à introdução e possível adoção de CBDCs. Ela destacou a velocidade vertiginosa com que as novas tecnologias estão avançando, exemplificando com o rápido crescimento do ChatGPT. O recurso atingiu 100 milhões de usuários em apenas dois meses – um marco que normalmente levaria cerca de três anos.
Tether Vence em Tribunal: Ação Coletiva Rejeitada
Por que Georgieva acredita na importância dos CBDCs?
O FMI reconhece a alta demanda e potencial global pela exploração de CBDCs, com uma pesquisa do Banco de Compensações Internacionais revelando que 94% dos bancos centrais entrevistados demonstraram interesse nesse campo. Segundo Georgieva, as CBDCs têm o potencial de substituir o dinheiro convencional em várias economias e mudar o futuro financeiro. Acredita também que, especialmente nas economias insulares, onde a distribuição de dinheiro físico é mais custosa, o potencial aumenta. Ela também observou que as CBDCs podem aumentar a resiliência em economias mais avançadas e melhorar a inclusão financeira em regiões onde, por exemplo, muitos não têm acesso a contas bancárias.
A diretora do FMI destacou que, a princípio, 60% dos países já estão explorando a implementação de uma CBDC. Ela incentivou os bancos centrais a adotarem uma abordagem empreendedora, destacando a importância das estratégias de comunicação e incentivos para distribuição. A integração e adoção dessas moedas digitais são vistos como alguns caminhos. Além disso, Georgieva salientou que um dos fatores mais importantes na exploração de uma CBDC é, principalmente, sua capacidade de facilitar pagamentos transfronteiriços, um ponto também reiterado por Agustin Carstens, gerente-geral do Banco de Compensações Internacionais.
Concluindo assim, Georgieva argumentou que o setor público precisa oferecer mais orientação no espaço das CBDCs. Isso não restringiria o uso, mas atua como um catalisador na garantia de segurança e eficiência. Para apoiar esses esforços, o FMI anunciou um manual essencial sobre CBDCs, destinado a orientar os países interessados nos primeiros passos para explorar essa inovação.