Gita Gopinath, primeira vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, o FMI, pediu maior regulamentação internacional sobre as finanças digitais, acreditando que “a adoção de finanças digitais, de criptomoedas a stablecoins e moedas digitais do banco central (CBDC)” após as sanções sem precedentes à Rússia após a invasão da Ucrânia.
Para Gopinath, em entrevista ao Financial Times publicada nesta quinta-feira (31), as criptomoedas podem fazer com que as sanções impostas por diversos governos à Rússia sejam burladas pelos cidadãos russos.
Gopinath disse que todos eles receberão ainda mais atenção após os episódios recentes, o que nos leva à questão da regulamentação internacional das criptomoedas. Ela ainda defendeu uma abordagem coordenada para preencher uma lacuna na regulamentação internacional.
As medidas impostas pelos países ocidentais à Rússia poderiam encorajar o surgimento de pequenos blocos monetários baseados no comércio entre grupos separados de países, ressaltou a vice-diretora.
Mesmo com o dólar venha a se tornar menos dominante no sistema financeiro internacional, Gopinath acredita que a moeda continuará sendo a principal moeda global, mesmo que fragmentada.
Os comentários da vice-diretora reiteram a postura adotada pelo FMI no ano passado, quando apontou a necessidade de uma abordagem global à regulamentação de criptomoedas. Em uma publicação oficial em dezembro do ano passado, o Fundo Monetário Internacional afirmou a necessidade de uma abordagem “abrangente, consistente e coordenada” para aproveitar os benefícios da tecnologia subjacente das criptomoedas, enquanto mitiga alguns de seus riscos.
O FMI ainda ressaltou que isso será uma tarefa assustadora, mas se iniciada nesse momento, poderia ser atingido o objetivo político de manter a estabilidade financeira enquanto haveriam benefícios sobre as quais as inovações tecnológicas subjacentes trazem.
Antes disso, o FMI também já havia alertado para o crescente uso de criptomoedas no mundo e isso era algo que chamou de “criptoização”, e que poderia desestabilizar as economias e prejudicar a política monetária dos bancos centrais.