Em uma decisão aguardada com ansiedade pelo mercado financeiro, a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira a manutenção da sua taxa de juro de referência, situando-se entre 5,25% e 5,50%. Este patamar representa o mais elevado nos últimos 22 anos, mas o que chama a atenção dos investidores é a sinalização de cortes futuros.
Segundo a Fed, é provável que haja uma redução nas taxas de juro num total de 75 pontos base, ou 0,75%, no ano que vem. Este cenário é uma evolução das previsões de setembro, que apontavam para um corte menor, de 0,50%. A estratégia adotada pelo banco central, de avançar em incrementos de 25 pontos base ao longo do último ano, parece agora inclinar-se para três cortes de taxas em 2024.
Essas projeções são particularmente relevantes em um momento em que a inflação, que tem sido um desafio contínuo, espera-se que caia para 2,4% em 2024, um decréscimo dos 2,5% previstos anteriormente. A expectativa é que essa tendência de queda continue até 2025, alcançando 2,2%.
A declaração política do Fed desta quarta-feira trouxe ajustes na linguagem, abrindo espaço para futuros aumentos nas taxas. “Ao determinar até que ponto qualquer reforço adicional da política pode ser apropriado”, afirmou a declaração, “o Comité terá em conta o aperto cumulativo da política monetária, os desfasamentos com que a política monetária afeta a atividade económica e a inflação, e os efeitos económicos e evolução financeira.” Este trecho sugere uma abordagem mais cautelosa e considerada em relação a futuros aumentos de taxa.
Por outro lado, a linguagem utilizada para descrever a inflação também sofreu mudanças. Reconhecendo o progresso, as autoridades do Fed alteraram a descrição da inflação, que antes era apenas classificada como “elevada”. Agora, observa-se que a inflação “diminuiu durante o ano passado, mas permanece elevada”.
No que diz respeito ao crescimento econômico, o Fed ajustou suas previsões para o próximo ano, prevendo um crescimento de 1,4%, uma ligeira queda em relação à previsão anterior de 1,5%. Além disso, a taxa de desemprego é esperada para subir para 4,1%.
Para as criptomoedas, esses desenvolvimentos são cruciais para manter o mercado em alta. A política monetária da Fed influencia diretamente o apetite dos investidores por ativos de risco, incluindo criptomoedas. A medida de inflação preferida do Fed — o principal índice de Despesas de Consumo Pessoal, excluindo alimentos e energia — registrou 3,5% em outubro, uma queda dos 3,7% em setembro e 4,3% em junho. Já o índice de Preços ao Consumidor mostrou que a inflação subiu 4% em novembro, mantendo o mesmo ritmo de outubro.
No momento da publicação, o preço do BTC estava cotado em US$ 42.345,65 em alta de 2,7% nas últimas 24 horas.