Um executivo do JPMorgan subiu o tom contra o Bitcoin, ao afirmar que as altas avaliações do BTC são “as coisas de que os sonhos são feitos”. Para Michael Cembalest, presidente de estratégia de mercado e investimento do JPMorgan Asset & Wealth Management, em um relatório, ele comparou ‘The Maltese Falcon”, filme de 1941, sobre um artefato de valor inestimável que simboliza a ganância e que, no final das contas é falso.
Eu não vou comprá-lo, mesmo que parte de mim queira, independentemente das consequências, já que é com isso que alguns detentores de criptomoedas contam desde o início”, escreveu Cembalest.
No arquivo de 30 páginas, intitulado como “The Maltese Falcon: On cryptocurrencies and blockchains” (O Falcão Maltês: sobre criptomoedas e blockchains, em tradução livre), Cembalest observou que casos de uso muito elogiados, mas frágeis, de criptomoedas como reserva de valor, remessas internacionais, finanças descentralizadas (DeFi), tokens não fungíveis (NFT’s) e adoção de blockchain em serviços financeiros.
Pensando sobre o Bitcoin como reserva de valor, Cembalest diz que entende porque as pessoas estão interessadas em criptomoedas com oferta fixa como reserva de valor, já que o mundo desenvolvido se afogou em dívidas e dinheiro tradicional, em um ritmo que supera qualquer coisa já vista após a crise financeira de 2008.
“Bancos Centrais e Tesouros criaram um enorme vazio de confiança, e teria sido estranho se alguma alternativa ao dinheiro tradicional não aparecesse em cena”, aponta o relatório.
Ele ainda considerou o Bitcoin como um complemento ao ouro, afirmando que a tese da reserva de valor se sustenta porque cada vez mais as pessoas estão usando como um equivalente digital, mas cai quando se trata de volatilidade e correlação da criptomoeda com outros riscos sistêmicos e inflação.
“A volatilidade do Bitcoin continua ridiculamente alta, e sua volatilidade geralmente aumenta quando o mercado de ações também está mais volátil”, comentou o executivo da JPMorgan.
O relatório apontou que a criptomoeda conseguiu capturar apenas cerca de 1% das remessas, em um mercado que varia de US$ 500 bilhões a US$ 600 bilhões por ano na última, isso apenas na última década.