O ex-gerente de produto da Coinbase Global, Ishan Wahi, assumiu ter praticado conspiração de fraude eletrônica com um esquema de negociação que tinha informações privilegiadas sobre quais ativos estavam programados para serem listados nas bolsas da Coinbase, conforme informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em 7 de fevereiro.
O procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, Damian Williams, destacou que essa confissão é a primeira em um caso de insider trading envolvendo os mercados de criptomoedas.
“Ishan Wahi – um ex-gerente de produto da Coinbase – admitiu no tribunal hoje que deu dicas a outras pessoas sobre as listas de tokens planejadas da Coinbase para que pudessem negociar ativos criptográficos com lucro. Wahi é o primeiro insider a admitir culpa em um caso de insider trading envolvendo os mercados de criptomoedas. Quer ocorra nos mercados de ações ou nos mercados de criptomoedas, o roubo de informações comerciais confidenciais para seu próprio lucro ou lucro de terceiros é um crime federal grave”.
Conforme o documento, o ex-gestor declarou-se culpado de duas acusações de conspiração para cometer fraude eletrônica, cada uma tem uma sentença máxima de 20 anos de prisão. O departamento de Justiça ressaltou que Wahi tinha conhecimento detalhado e avançado de quais criptoativos a Coinbase planejava listar e o momento que haveriam a divulgação pública.
“Em várias ocasiões entre junho de 2021 e abril de 2022, a WAHI violou seus deveres de confiança para com a Coinbase, fornecendo informações comerciais confidenciais que ele aprendeu em conexão com seu emprego na Coinbase para Nikhil Wahi e Sameer Ramani para que eles pudessem se envolver secretamente em negociações lucrativas. em torno de anúncios públicos da Coinbase de que listaria certos ativos criptográficos nas bolsas da Coinbase. Após os anúncios de listagem pública da Coinbase, em várias ocasiões, Nikhil Wahi e Ramani venderam os criptoativos com lucro”, diz o documento.
Vale lembrar que, em 10 de janeiro, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, anunciou o corte de 20% da equipe que trabalha na empresa. A demissão em massa na maior exchange de criptomoedas dos Estados Unidos tem o intuito de reduzir custos e atingirá 950 funcionários. Em nota, Armstrong destacou o ano difícil em 2022 para o mercado de criptomoedas e as consequências de “atores inescrupulosos do setor”. De acordo com o CEO, a Coinbase está bem capitalizada.