Do Kwon, outrora figurão das criptomoedas à frente da Terraform Labs, encontra-se numa encruzilhada judicial que capta a atenção global. Após o desastre financeiro de 2022, que evaporou cerca de 80 bilhões de dólares do mercado, a saga de Kwon virou manchete por razões que transcendem os negócios.
Em fevereiro de 2023, o ex-CEO foi sentenciado em Montenegro por portar documentos de viagem falsificados, culminando meses de fuga das autoridades. A situação se complicou com os EUA e a Coreia do Sul buscando sua extradição, cada qual por seus próprios motivos, numa disputa marcada por reviravoltas legais.
Recentemente, Do Kwon recuperou sua liberdade, ainda que parcial, após cumprir pena em Montenegro. Entretanto, “liberdade” é um termo relativo, visto que permanece retido no país, aguardando os desdobramentos de processos de extradição. O diretor da prisão local, Darko Vukcevic, esclareceu que, embora solto, Kwon não possui documentos válidos para viajar, estando temporariamente sob custódia da polícia de imigração.
A trama se adensa com o envolvimento do Supremo Tribunal de Montenegro, atualmente deliberando sobre a extradição de Kwon para a Coreia do Sul, após várias decisões serem contestadas e revogadas, exemplificando a complexidade do caso.
Do Kwon, conhecido por sua habilidade em esquivar-se da captura, viu uma sequência de decisões judiciais favoráveis à sua extradição serem anuladas, mantendo o jogo de gato e rato vivo. Em novembro de 2023, uma decisão favorável à sua transferência para os EUA foi revertida, demonstrando a sagacidade de sua defesa legal.
Com a proximidade do julgamento da SEC, programado para 29 de março de 2024, e os esforços de uma comunidade local do Terra na Coreia do Sul para contestar sua extradição, o cenário se complica ainda mais. Singapura, outro jogador nesta trama, parece ter recuado, enquanto os EUA e a Coreia do Sul continuam a disputar a custódia de Kwon.
Esta situação destaca não apenas as complexidades legais internacionais, mas também a persistência das acusações que Kwon enfrenta, emoldurando um futuro incerto para o ex-magnata das criptomoedas. Seu caso ressalta os desafios regulatórios e legais enfrentados por figuras proeminentes do universo cripto, num momento em que a indústria busca legitimidade e clareza regulatória.