Nas recentes ondas de notícias do XRP reverberam pelo universo das criptomoedas, um fato ressoa mais alto: a Ripple, uma renomada empresa de blockchain, conquistou uma vitória parcial num caso de longa data, com o tribunal declarando que o seu token, o XRP, não se enquadra na categoria de título.
Tal acontecimento, considerado uma perda para a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), disparou celebrações na comunidade cripto em todo o mundo, mas um ex-advogado da SEC, John Reed Stark, alerta para a instabilidade dessa decisão.
Stark, em sua análise publicada no dia 14 de julho, considera a decisão precária, insinuando uma provável apelação e potencial reversão do veredicto. Segundo ele, a vitória da Ripple não é necessariamente um motivo para comemoração.
A antecipação do ex-funcionário da SEC é que o tribunal anule as decisões do tribunal distrital sobre vendas programáticas e outras. Sem essa reversão, Stark vislumbra o surgimento de um novo tipo de token, os programmatic buyer tokens (PBTs), numa visão um tanto desconcertante do futuro do mercado cripto.
Nesse contexto, Stark desafiou o raciocínio subjacente à decisão da Ripple. Ele se manifestou contra a dicotomia no tratamento da SEC para investidores institucionais e de varejo, e criticou a suposição de que os regulamentos de valores mobiliários não se aplicam se um emissor de cripto vende seus tokens através de uma bolsa.
A postura de Stark sugere que a falta de conhecimento do investidor ou a ausência de pesquisa nunca serviram de escudo contra violações de valores mobiliários. Ele argumentou que os investidores de varejo provavelmente tiveram acesso às mesmas informações que os investidores institucionais sobre as intenções da Ripple.
Em sua avaliação, Stark também questionou a presunção de que os compradores podem desconhecer o emissor ou quem está vendendo o token. Segundo ele, a ausência de um contrato entre o comprador e o vendedor de uma ação em uma bolsa não nega a identificação da ação como um título.
Stark aponta que os compradores de tokens geralmente buscam investimentos especulativos, esperando que outro esteja disposto a pagar mais pelo token – uma teoria conhecida como “The Greater Fool Theory”. Ainda que um investidor de varejo compre um token apenas com base nessa teoria e não saiba exatamente quem é a contraparte, o investimento ainda deve ser considerado um título.
Finalmente, Stark questiona a lógica de que os tokens vendidos a investidores institucionais como títulos podem subitamente se transformar em “não títulos” quando esses mesmos tokens são vendidos em plataformas como Coinbase ou Binance.
O CEO da Ripple, Brad Garlinghouse, por sua vez, acredita que a apelação do caso pelo regulador pode levar algum tempo.