Uma mistura recente de incidentes internacionais e nacionais está alimentando um movimento crescente para regulamentar ainda mais o mercado de criptomoedas nos estados unidos.
O ponto de partida foi uma notícia alarmante, dando conta de que o Hamas e outros grupos militantes poderiam estar financiando suas atividades através de criptomoedas. Não bastasse essa alegação, o julgamento por fraude do ex-gigante das criptos, Sam Bankman-Fried, trouxe ainda mais preocupações sobre a legitimidade e segurança desse universo digital.
Isso fez soar os alarmes no Congresso dos EUA, com políticos, de ambos os lados, mostrando-se cada vez mais preocupados com o papel das criptos, principalmente após os recentes eventos em Israel.
Sherrod Brown, que preside o Comitê Bancário do Senado, sempre manteve uma posição crítica em relação às criptomoedas. Ele não esconde sua preocupação sobre o uso das mesmas em atividades ilícitas. Essa onda de suspeitas deu mais fôlego à senadora Elizabeth Warren em sua tentativa de estabelecer regras mais rígidas contra a lavagem de dinheiro no setor.
“Agora, temos um apoio crescente entre republicanos e democratas, todos unidos na missão de combater o terrorismo, cortando suas fontes de financiamento”, declarou Warren.
Dado o panorama atual, não é surpresa que a proposta de Warren tenha ganhado tração. Ela visa alinhar as regulamentações de crimes financeiros das instituições tradicionais com as dos players digitais.
A defesa das criptomoedas, entretanto, não fica em silêncio. Muitos argumentam que, graças à natureza transparente das blockchains, as transações são publicamente registradas, facilitando o rastreamento. Grandes bolsas de criptomoedas, como a Coinbase, também estão se movimentando para reforçar suas medidas de conformidade e due diligence.
Mesmo assim, o senador Roger Marshall, vê urgência na ação. Ele reiterou que: “As criptomoedas estão sendo usadas para financiar terrorismo, e isso não pode continuar assim.”
Como destacou o senador Jim Himes, o setor de criptomoedas precisa definir claramente seu papel no mundo financeiro. Os recentes escândalos e acusações têm feito muitos no Congresso hesitar em dar à indústria o benefício da dúvida.