- Plano de reserva dos EUA mira domínio cripto
- Rússia pode desafiar hegemonia do dólar
- Reserva de Bitcoin vista como aposta arriscada
No cenário atual onde o valor do Bitcoin ultrapassou a marca de US$ 102.000, os Estados Unidos, liderados pelo recém-reeleito presidente Donald Trump, confirmam planos para estabelecer uma reserva substancial da criptomoeda, numa clara tentativa de liderança econômica global. Essa movimentação vem em um momento onde a Rússia, sob a administração de Vladimir Putin, também manifesta intenções semelhantes, alimentando o temor de uma nova “guerra fria” no setor cripto.
Trump, falando recentemente na Bolsa de Valores de Nova York, afirmou:
“Faremos algo grandioso com cripto porque não queremos a China, ou qualquer outra pessoa… mas outros estão abraçando, e queremos estar à frente.” Questionado sobre a possibilidade de uma reserva análoga ao estoque estratégico de petróleo, ele respondeu: “Sim, acho que sim. Isso ainda está na minha mente.”
Por outro lado, a Rússia parece estar preparada para um jogo similar. Confrontada com sanções econômicas ocidentais e bloqueio de suas reservas em moeda estrangeira, Putin elogiou o Bitcoin como uma alternativa robusta aos tradicionais sistemas financeiros. A adoção do Bitcoin poderia, segundo ele, desafiar a hegemonia do dólar americano e alterar o equilíbrio econômico global.
A senadora republicana Cynthia Lummis não ficou atrás, introduzindo ao Congresso o projeto BITCOIN Act, que propõe que os EUA adquiram 1 milhão de Bitcoins nos próximos cinco anos como uma estratégia para gerir a crescente dívida nacional, hoje estimada em US$ 35 trilhões. Atualmente, o governo americano já possui cerca de 200.000 Bitcoins, obtidos através de apreensões em operações contra crimes financeiros.
Os defensores desta política acreditam que o Bitcoin, com seu fornecimento limitado e natureza descentralizada, oferece uma proteção contra a inflação e a má gestão governamental, qualidades cada vez mais necessárias frente às pressões econômicas atuais.
Contudo, críticas não faltam. Alguns economistas classificam a medida como uma aposta arriscada em um ativo que, apesar de seu potencial, não oferece retorno garantido ou valor industrial. “O governo estaria bancando o maior idiota”, criticou um economista sobre o risco de investir em um ativo puramente especulativo.
O debate se estende às implicações práticas de uma reserva nacional de Bitcoin, que poderia aumentar a atratividade do ativo como garantia bancária. Caso o valor da criptomoeda caia drasticamente, as consequências para o sistema financeiro poderiam ser desastrosas, potencialmente necessitando de novos resgates governamentais, desta vez voltados para o setor cripto.