A Coinbase, uma das principais bolsas de criptomoedas, encontra-se em águas turbulentas. O motivo? O recente envolvimento do Hamas, uma organização militante palestina, no uso de criptomoedas para financiar suas operações, especialmente em relação aos ataques a Israel.
A situação se complicou quando, na última semana, autoridades israelenses fecharam e confiscaram mais de 100 contas em diversas bolsas de criptomoedas, incluindo a gigante Binance. Estas contas estavam sendo utilizadas pelo Hamas em seus esforços de captação de recursos. A operação resultou na apreensão de milhões em criptomoedas.
Embora o Hamas tenha afirmado no passado que abandonaria o uso de criptomoedas devido a preocupações com rastreamento, os eventos recentes trouxeram à tona dúvidas sobre a legalidade das criptomoedas em tais contextos.
A Coinbase, que tem se esforçado para promover um ambiente regulatório mais amigável para as criptomoedas nos Estados Unidos, agora vê seus esforços de lobby sendo desafiados. O conflito Israel-Hamas e as consequentes ações regulatórias estão criando obstáculos significativos para a bolsa.
O relatório da Berenberg Capital Markets, assinado pelo analista Mark Palmer, aponta para os desafios que a Coinbase enfrenta nos EUA, especialmente em relação à definição do quadro jurídico para as criptomoedas. A situação do Hamas adiciona uma camada extra de complexidade ao cenário.
Os analistas da Berenberg, por sua vez, adotaram uma abordagem mais conservadora em relação à Coinbase. Eles mantiveram a recomendação de “manter” as ações da empresa, com um preço-alvo de US$ 39. Mark Palmer comentou: “A visão sobre a Coinbase é cautelosa, especialmente considerando a valorização das ações este ano.”
No entanto, apesar dos desafios apontados no relatório da Berenberg, o mercado parece manter um certo otimismo. As ações da Coinbase foram negociadas a US$ 77,30, um aumento de 3% no dia.