Em um movimento audacioso, os países membros do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão dando um passo significativo em direção à autonomia econômica. A aliança anunciou o desenvolvimento de um inovador sistema de pagamento baseado em blockchain. Esta iniciativa visa diminuir a dependência do dólar americano, apontando para uma nova era de transações “econômicas e livres de política” acessíveis a governos e cidadãos comuns.
Segundo Yury Ushakov, assessor do Kremlin, esta rede de pagamentos não apenas promete eficiência e segurança, mas também pretende reforçar o papel dessas economias emergentes no cenário financeiro internacional.
Alavancando a tecnologia blockchain, os BRICS buscam facilitar liquidações em moedas nacionais e fortalecer suas redes bancárias. Embora detalhes específicos sobre a implementação da tecnologia ainda não tenham sido divulgados, a expectativa é que este sistema promova transações internacionais fora da esfera do dólar, desafiando a hegemonia financeira longamente estabelecida pelos Estados Unidos.
Este avanço se baseia no Arranjo Contingente de Reservas (CRA), criado em 2014, como um mecanismo de suporte à liquidez entre os países membros, enfatizando a redução da dependência de ativos denominados em dólar. Com uma reserva coletiva de 100 bilhões de dólares, o CRA simboliza um esforço conjunto para uma segurança financeira mais robusta, independente das influências ocidentais tradicionais.
A inclusão recente de novos membros, como Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, não apenas amplia o espectro da aliança, mas também reforça sua posição como um bloco econômico poderoso com diversificadas capacidades de desenvolvimento. Interessantemente, a adesão dos Emirados Árabes Unidos, uma nação de alta renda, sinaliza uma expansão significativa do grupo originalmente composto por mercados emergentes.
Em meio a debates sobre uma possível moeda única do BRICS, esta iniciativa de pagamento baseado em blockchain destaca-se como um passo estratégico para uma maior independência financeira e um desafio direto à dominação do dólar. Representa uma mudança calculada na arquitetura financeira global, evidenciando um desejo coletivo por alternativas ao sistema dominante.