- Bitcoin rompe correlação com ações tradicionais
- Tarifas impulsionam valorização do Bitcoin
- Alta do Bitcoin pode atrair capital do ouro
Enquanto os mercados acionários mergulhavam em queda, o Bitcoin seguiu em sentido contrário e voltou a atrair atenção ao manter-se firme acima dos US$ 82 mil, mesmo com o impacto negativo das novas tarifas anunciadas por Donald Trump. Essa divergência começa a indicar que o Bitcoin pode estar rompendo sua correlação histórica com o S&P 500, sugerindo um novo comportamento de preço mais independente.
Na última sexta-feira, os principais índices de ações dos Estados Unidos encerraram a semana em forte queda. O S&P 500 e o Nasdaq recuaram quase 6%, e o Dow Jones teve sua pior perda diária desde 2020, com uma queda de 5,5%. Em contrapartida, o Bitcoin teve apenas um breve recuo até US$ 81.500, mas logo retomou o fôlego e chegou a ser negociado a US$ 84.600.
Mesmo com pressões de venda nas primeiras horas do pregão, a criptomoeda demonstrou resiliência e terminou o dia em torno de US$ 83.700, com leve recuo nas últimas 24 horas, conforme dados do TradingView.
Segundo Adam Back, CEO da Blockstream, a aparente correlação anterior entre o Bitcoin e os mercados tradicionais pode ter sido artificial. “Talvez os market makers [estivessem] usando a escassez de liquidez fiduciária do mercado de Bitcoin para autocorrelacionar o Bitcoin, perceptível na [abertura] do mercado dos EUA”, analisou.
Já para o analista Macroscope, o movimento atual lembra os ciclos do ouro. Se o Bitcoin ultrapassar a marca de US$ 100 mil, ele acredita que pode ocorrer uma realocação de capital do ouro para a criptomoeda, reforçando seu desempenho histórico superior frente a outros ativos tradicionais. “Em ciclos anteriores, a recuperação da alta recente deu início a um novo período de desempenho superior”, explicou.
Arthur Hayes, cofundador da BitMEX, foi direto ao ponto: “Os detentores de $BTC precisam aprender a amar tarifas”. Ele sugere que as tarifas podem, na verdade, beneficiar o Bitcoin ao impulsionar políticas expansionistas que injetam liquidez nos mercados.
Michael Saylor também reforçou a tese, ao afirmar que “o Bitcoin oferece resiliência em um mundo cheio de riscos ocultos”, em meio a inflação, impostos e instabilidade regulatória. Para ele, o ativo digital se consolida como proteção contra a diluição monetária.